domingo, 15 de outubro de 2017

Nunca deixe que alguém te diga que não pode fazer algo

Salve galera! Bem-vindos de volta para mais um texto no espaço Mente Sã.

Escolhi para trazer a vocês hoje uma indicação de cinema. Nas próximas linhas vou fazer um breve resumo de uma produção estrelada pelo sensacional Will Smith (sim, eu curto os trabalhos do cara como ator desde os tempos de “Um Maluco no Pedaço”) e seu filho Jaden Smith.



O filme de hoje se chama A Procura da Felicidade. A trama é um drama/biográfico de 145 minutos – dirigido por Gabriele Muccino e lançado aqui no Brasil no ano de 2007 – que conta a história de Chris Gardner, um cara que só conheceu o pai aos 28 anos de idade e que prometeu a si mesmo, ainda pequeno, que quando tivesse um filho o moleque ia saber quem era o pai dele.


Chris era um cara ordinário, um ferrado, um cara comum, igualzinho a muita gente que encontramos por ai no nosso dia a dia. Sonhava em ter uma vida melhor e para isso, lá no início dos anos 80, resolveu entrar em um negócio de representação e venda de uma máquina que ele considerava ser revolucionária.


Envolto de grande empolgação e otimismo, Chris investiu praticamente todas as suas economias na compra de dezenas de unidades dessas máquinas com a confiança de que as venderia facilmente para os médicos e hospitais da região; porém apenas esqueceu de verificar o que seus prospectos compradores achava do produto (e para infelicidade dele as clínicas e os doutores enxergavam o tal aparelho como um luxo desnecessário).


Com uma esposa e um filho pequeno para sustentar, Chris Gardner passava os seus dias visitando clínicas e hospitais para demonstrar como funcionava o scanner de densitometria – um equipamento que realizava um trabalho semelhante ao aparelho de raio-X, porém com uma qualidade melhor, mas que custava o dobro do preço – e tentar realizar algumas vendas para pagar as contas que venciam e se acumulavam (ele estimava que precisaria vender ao menos dois aparelhos por mês para conseguir honrar os compromissos financeiros).


No meio dessa “corrida de ratos”, dois itens tão diversos quanto aleatórios aparecem na história para fazer com que a vida de Chris Gardner tome uma nova direção: um carro conversível vermelho e um cubo mágico.


Certo dia caminhando entre uma visita de apresentação e uma tentativa de venda, Chris passa por um cara saindo de uma Ferrari vermelha e admirado com a beleza do carro faz duas perguntas ao condutor: “O que você faz e como faz para ter um carro desses?”


De maneira educada e atenciosa o proprietário da Ferrari diz que ele trabalha em um escritório como corretor de valores. Intrigado e interessado Chris Gardner pergunta ainda o que era preciso para ter um emprego daqueles, se era necessário ir para a faculdade e com a resposta descobre que só era preciso ser bom com números e pessoas – e ele era bom com os dois.


Nesse momento acende aquela luz interna e se inicia um sonho; o sonho de trabalhar no mercado financeiro e compartilhar de toda aura de prosperidade e felicidade que exalavam as pessoas ali naquele ambiente. A partir daí Chris começa a batalhar por oportunidades de estágios em empresas de corretagem e consegue a chance de entregar um currículo para se candidatar ao processo seletivo de trainee na empresa Dean Witter.


Após vários e vários e vários dias criando situações para “ocasionalmente” esbarrar com um dos líderes da empresa surge a oportunidade de dividir um táxi com Jay Twistle (o cara que faria a entrevista dos candidatos a estágio). Durante o trajeto Chris tenta se apresentar da melhor forma possível, evidenciando suas qualidades e seus feitos, mas Jay só parecia prestar atenção no brinquedo que tinha em mãos. Girava o cubo mágico para um lado e para outro na tentativa de deixar cada face com uma cor única e fazia uma cara de quem achava ser aquilo uma missão impossível. Incomodado com a situação Chris pediu o cubo dizendo que resolveria o quebra-cabeças até que chegassem ao destino. Um pouco relutante e bastante incrédulo, Jay Twistle, entregou o brinquedo e ficou olhando a rapidez com que Gardener girava os eixos para ordenar as cores.


E não é que nosso protagonista resolveu mesmo o quebra-cabeças? E foi assim que ele conseguiu a atenção de Jay Twistle e uma entrevista alguns dias adiante para concorrer a vaga de trainee.


E podemos dizer que esse foi o início do ponto da virada.








Mas daí até a glória não foi nada fácil. Tudo o que é ruim pode piorar ainda um pouco mais.


E piorou para Chris Gardner, ô se piorou. E como piorou… Chris foi abandonado pela mulher, recebeu um aviso de despejo, foi protestado pelo estado, passou uma noite na cadeia, teve que ir para a entrevista de seus sonhos todo maltrapilho, descobriu que o estágio era sem remuneração, foi atropelado, subestimado, depreciado, despejado de novo, dormiu no banheiro de uma estação de metrô, dormiu no ônibus noites inteiras, teve que – literalmente – brigar para conseguir uma vaga num abrigo de sem-teto, viu dois de seus scanners serem furtados e tudo isso ainda tendo a tiracolo um filho de 05 anos que dependia dele, uma vez que a mãe e ex-mulher foi morar em outra cidade e não havia nenhum parente por perto. É… não foi nada fácil.


Mas o que torna Chris Gardner e sua história tão especiais é a resiliência e a força de vontade, a capacidade de não se deixar abater e continuar seguindo em frente na busca de um desejo, um sonho quando tudo parece que vai dar errado.


Conhecemos muitas histórias de pessoas que ao primeiro obstáculo já desiste de caminhar. Nós mesmos já fizemos isso muitas vezes, tenho certeza. Falo por mim que por diversas vezes já inventei desculpas, já criei obstáculos, já impus barreiras reforçando as já existentes. Coisas como “ah, mas ele tinha um pai que ajudou” ou “puxa, mas bem que o governo podia criar um programa de cotas para tal coisa” ou ainda “caramba, mas eu vou ficar mega-cansado se resolver acrescentar uma coisa na minha rotina”.


O que diferencia Chris Gardner é a atitude. Ele é o que se chama de “self-made man”. Um cara que foi lá e fez acontecer invés de ficar parado lamentando as circunstâncias, inventando desculpas ou esperando que alguém fizesse por ele. Um homem que criou o seu destino e escreveu sua própria história. É uma prova viva e uma fonte de inspiração de que quando se quer verdadeiramente algo você deve enfrentar todas as barreiras e lutar por isso com todas as suas forças.


Para finalizar destaco aqui as três frases que mais me marcaram no filme:



Nunca deixe que alguém te diga que não pode fazer algo.

Se você tem um sonho, tem que correr atrás dele. As pessoas não conseguem vencer e dizem que você também não vai vencer.

Se quer alguma coisa, corre atrás.



Um amplexo e continue correndo. Até breve