quarta-feira, 3 de maio de 2017

O Tempo Não Foi, Não É e Nunca Será o Seu Aliado em Nada!

Bom dia amigos da blogosfera. Sejam bem vindos.
Estava meio ocupado nesses dias, tentando arranjar mais tempo para realizar todas as minhas tarefas e claro que não obtive sucesso! Então veio a ideia de falar sobre ele, isso mesmo: Vou escrever sobre o TEMPO!
Tanto se fala dele; diz-se que ajuda na Acumulação de Capital com o tal dos Juros Compostos dentre outras coisas. Entretanto, lembrei-me de um texto do Soulsurfe, do blog Pensamentos Financeiros, e decidi transcrevê-lo aqui. Afinal, isso também me auxilia a criar mais tempo. (kkk). Sei que vocês gostarão da leitura, é um ótimo texto de um excelente blog. 
Boa leitura


 O TEMPO NÃO FOI, NÃO É E NUNCA SERÁ O SEU ALIADO EM NADA

Olá, colegas. Tempo. O que é o tempo? “Como assim, Soul?”. Saibam que algo intrinsecamente natural para nós seres humanos como o tempo, não é algo tão claro para a ciência. O que é o tempo, se ele possui uma direção, por qual motivo ele existe, são questões que cientistas sérios, e filósofos também, tentam refletir.

Estas reflexões são espetaculares, no meu entendimento. Uns, quiçá uma grande maioria, talvez pensem que é uma grande perda de tempo (sem ironias). Preciso pagar o IPTU do ano, em qual fundo imobiliário investir, estou interessado na colega do trabalho, ou qualquer outro pensamento que percorre a cabeça de centenas de milhões de pessoas em suas rotinas. O que saber o que é o tempo, ou se ele possui uma direção, será útil na minha vida? Aliás, poderia haver algo mais inútil do que isso? Muitos podem pensar.

É uma crítica justa e razoável. Para mim, entretanto, a capacidade de se refletir sobre o que é o tempo, e ir além disso questionar se a nossa noção de tempo é correta ou faz sentido, é que torna a nossa espécie Homo Sapiens tão fabulosa. O que nos torna únicos e preciosos. Dentre vários motivos da minha admiração por Einstein, um deles, talvez o maior, é como ele pôde desafiar noções tão triviais da realidade como Tempo e Espaço

Como alguém usando simplesmente o raciocínio, o intelecto, pôde refletir sobre o tempo e o espaço de uma forma complemente não natural para nosso cérebro que evoluiu em nossos ancestrais há milhões de anos, e em nossa espécie nos últimos 200 mil anos? É espetacular. Mais incrível do que isso para mim apenas o amor e a compaixão.

Porém, esse texto não irá discorrer sobre o Tempo de uma forma tão mais profunda. Não, será sobre a nossa noção natural e arraigada de que o tempo existe, e ele sempre vai para frente. 

Lendo um artigo hoje de manhã, reparei com uma frase e ideia de que “o tempo seria o seu aliado”. Colegas, o tempo nunca foi, não é e nunca será o seu aliado. Pensemos em termos financeiros. 

O capital é algo que se pode acumular. Quando alguém recebe um salário, pode fazer, depois de satisfeitas as necessidades básicas humanas, decidir se esta renda se tornará mais consumo ou capital. Logo, se a pessoa decidir poupar, que nada mais é do que destinar uma parcela da sua renda para a formação de capital, ao longo do tempo é de se esperar que a mesma acumule capital. Quanto maior for o tempo, muito maior será o capital

Quem já não leu alguma passagem de algum texto dizendo “Se um dólar fosse aplicado em 1735 com uma taxa de juros de 7%, hoje seria possível comprar toda NY com o dinheiro acumulado”.

Não se esqueçam de que “os juros sobre juros” nada mais são do que a renda sendo poupada para acúmulo de mais capital. Se um investidor recebe um dividendo de R$ 1.000,00, cabe a ele a decisão , dessa renda que é de um capital anteriormente acumulado, de consumir ou poupar para aumentar ainda mais o capital. Os juros sobre juros, em finanças, nada mais são do que uma decisão de poupança sobre consumo. 

A passagem de tempo na acumulação de patrimônio é algo lógico. Quanto mais tempo se tiver disponível, mais patrimônio poder-se-á acumular pelo destino de uma parte da renda, seja do trabalho ou proveniente de capital previamente acumulado, para poupança.

E o tempo? Abaixo um vídeo do ex-presidente do Uruguai. É curto,um pouco mais de um minuto. Recomendo fortemente que se assista para que o resto do texto se torne mais compreensível. Por fim, há muitas ideias neste um minuto e meio de vídeo (e não precisa se concordar com nenhuma delas), mas concentrem-se apenas nos últimos 20-25 segundos.


Seja qual espectro ideológico sobre política ou economia que mais lhe agrade, seja qual tipo de misticismo você se identifique mais, seja qual for a sua orientação sexual. A Verdade é que tempo não se economiza,  o tempo só pode ser gasto. Não podemos acumular tempo, assim como fazermos com o patrimônio, só podemos consumir o tempo. Não há meio termo. Em matéria de tempo, todos os seres humanos, e seres vivos como um todo, são consumidores, nunca poupadores.

Esta é uma verdade fácil de ser apreendida, difícil de ser completamente entendida. Mais difícil ainda é levar uma vida de acordo com este ensinamento. O que se mais vê, e basta abrir os olhos e observar a realidade que nos cerca, para vermos pessoas achando que o tempo não é gasto, e que além de tudo ele não é infinito.

O nosso tempo de vida nessa terra, amigos, é deveras finito. Talvez nossos descendentes daqui 200 anos possam viver milênios. Quem sabe o que pode acontecer com o conhecimento humano até lá. Assim, a ligação dessas futuras gerações de humanos (e eu tenho dúvidas se poderemos dizer que são humanos como nós) com o tempo podem vir a ser radicalmente diferente. Porém, para nós seres humanos no ano de 2017, o nosso tempo é finito.

Quando se tem algo que é imprescindível, que não é renovável (ou seja só se pode consumir) e finito, faz sentido que a utilização desse insumo seja feito da melhor maneira possível, não é mesmo? 

Se sofri um acidente aéreo, e me encontro no meio do deserto do Gobi na Mongólia sozinho com apenas um litro de água, faria sentido usar o líquido para escovar o meu dente? Pensemos. A Água é vital para a nossa sobrevivência, ela na situação é extremamente finita  (apenas um litro) e eu não sei quantos dias terei pela frente no deserto, faria sentido desperdiçá-la? Não faria qualquer sentido.

Se assim o é, por qual motivo tantas pessoas desperdiçam o seu finito tempo nessa terra? Por qual motivo gastamos algo tão precioso e finito para metaforicamente “escovar os dentes no meio do deserto?”. Evidentemente, essa é uma questão que cada um deve responder para si mesmo. 

Logo, o Tempo não é o seu aliado, nunca será. O tempo é algo que apenas diminui, que a cada dia consumimos. A cada dia vivido, diminui o nosso tempo aqui na terra. Não o contrário. A cada Real (ou dólares, ou euros) poupado, aumenta-se o patrimônio. Com o tempo isso não acontece.

Portanto, não se auto-enganem, queridos leitores, achando que o tempo é seu aliado na acumulação de riqueza, pois ele não o é. A acumulação de riqueza nada mais é do que uma troca por tempo. Você pode até considerá-lo aliado, mas ele cobrará o seu preço por essa "aliança", e em alguns casos o preço será extremamente alto.

Como algumas pessoas gostam de tirar conclusões precipitadas, ou gostam apenas de reafirmar suas ideias prévias, essa simples constatação em nada quer dizer que há algo de errado em acumular patrimônio. Não há qualquer juízo de valor, mas apenas um juízo de fato.

Além do mais, muitos empreendimentos humanos necessitam tempo, ou seja, necessitam que gastemos o nosso precioso e finito recurso em alguma coisa. Quer ser um médico? Você terá que gastar o seu tempo para estudar bastante. Quer conhecer a Mongólia? Você terá que gastar o seu tempo com isso. Quer acumular uma determinada quantidade de patrimônio, você terá que gastar o seu tempo com isso.

Percebe-se que não é uma questão de se desesperar com o conceito de que a cada segundo que respiramos, é um segundo a menos de vida, e de alguma forma isso nos paralisar. Não, prezados leitores. Isso serve para que possamos tentar, de forma consciente, tomar as rédeas das nossas vidas. 

O que pretendo dizer com isso? Para mim nada mais é do que saber de forma consciente com quais empreendimentos, dentre uma gama quase infinita, gostaríamos de gastar o nosso tempo. E destes empreendimentos quais deles podem nos trazer uma maior satisfação.

Essa reflexão é vital. No que toca aos investimentos, ela é de extrema importância. Como é muito fácil hoje em dia simular retornos para muitos anos no futuro, muitos talvez possam não se dar conta de que aquele gráfico quase que exponencial para o futuro, deveria ser contrabalançado com outro em declínio, que é o seu tempo de vida nessa terra. É uma troca. Talvez alguém queira atingir 100 milhões, ou 1  bilhão de dólares, quem sabe. Não há nada de mal na escolha em si, desde que ela seja tomada de forma consciente, e desde que esse acúmulo de alguma maneira guarde uma coerência com os anseios, mais uma vez repito conscientes, dessa pessoa do que seja uma boa vida, ou seja satisfeita e plena.

  Uma outra coisa interessante sobre o Tempo de vida Humano, é que ele, ao contrário do capital, possui qualidades diversas. Isso é uma constatação meramente biológica. O meu pai de quase 80 anos, nunca voltará a ter a vitalidade de quando ele tinha oito anos. Aliás, ele possui um quadro pendurado no apartamento onde vive, retratando uma cena da infância dele num município do interior de Pernambuco. O quadro é ele jogando bola de gude com outras crianças. Não adianta, aquele tempo nunca mais voltará. Simplesmente passou. A saúde dele nunca será mais como a criança que ele foi há 70 anos.

Portanto, a nossa vitalidade diminui. A nossa saúde piora. Logo, a quantidade do tempo que gastamos na terra em certa medida é diferente na qualidade. Não é a mesma coisa que um dólar, por exemplo. Um dólar é um dólar, não há nada de qualitativo melhor ou pior entre dólares. 

Os meus últimos dois parágrafos não significam que a nossa vida como um todo piora com a diminuição do nosso tempo na terra. Claro que não. O que se tem de vitalidade na juventude, ganha-se em maturidade em fases mais avançadas. Podemos ser felizes como crianças, jovens , adultos e idosos. Podemos ser infelizes enquanto jovens, mas felizes enquanto idosos. Podemos ser felizes enquanto jovens e insatisfeitos quando idosos. Porém, a nossa vitalidade física e biológica vai diminuindo cada vez mais, e a partir de certo ponto a queda é expressiva. 

Portanto, além de termos um recurso finito que devemos escolher bem com o que gastar, este recurso tende a ser qualitativamente diferente com o passar do tempo, o que faz com que nossas escolhas no presente sejam ainda mais importantes e a nossa reflexão sobre como gastar o nosso tempo ainda mais fundamental.

Portanto, colegas, tempo não se poupa. Tempo se gasta. Vida não se multiplica, ela se esvai. O Tempo nunca será o seu aliado. Somos humanos, fazemos planos, temos ambições, sonhos e projetos. Tudo isso demandará nosso tempo. Nosso recurso finito e precioso. Cabe a cada um tomar decisões conscientes como deseja gastar esse insumo.

Quando pensar em Tempo, não pense nele como um aliado. Pense no tempo como se ele fosse água e estivesse no meio de um deserto. Você não vai querer desperdiçá-lo à toa, não é mesmo? Não faça o mesmo com o seu tempo de vida.”  


Já que falei de Mongólia e Tempo, nada melhor do que um exemplo. No meu lado esquerdo a poucos metros estava a Rússia. No meu lado direito (montanha nevada) estava a China. Nas minhas costas o Cazaquistão. Estava no ponto mais Oeste da Mongólia. Uma região absurdamente linda, remota e desolada. Gastamos 12 horas, muito esforço físico, para chegarmos no topo da montanha (estávamos descansando, preparando para o assalto final) a mais de 4 mil metros, com um percurso muito difícil mesmo. Esse foi um tempo muito bem gasto.
  
  Grande abraço!


Conte-nos o que acharam do texto?
Só para relembrar foi tirado do Blog, Pensamentos Financeiros, para visualizar basta clicar na foto acima.
Até a próxima.