quinta-feira, 1 de março de 2018

Extraordinário

Salve galera, bem-vindos de volta!

Apesar de estar no local onde o mundo inteiro quer (ou queria) vir durante o carnaval, eu não sou muito chegado a essa folia. A verdadeira festa da carne, pra mim, é aquela onde se reúne cortes nobres de carne bovina, alocadas numa grelha, disposta sobre incandescentes pedaços de carvão vegetal… Hummm! Dá até água na boca só de imaginar aquele churrascão. Ai ai!

Mas enfim, o carnaval desse ano foi marcante pra mim. Não pelos blocos superanimados e divertidos que não frequentei ou pelos lindos desfiles de escolas de samba. Isso tem todos os anos. O carnaval de 2018 foi memorável pois tive meu espaço aqui nesse blog invadido pelo Alexandre.

Se eu conseguisse descrever o episódio seria o Alexandre chegando na redação vestido de mulher, com o texto em mãos, abanando, e cantarolando algo como uma paródia da marchinha “Ô Abre-Alas”, de Chiquinha Gonzaga.

Ô Abre Alas,
Que eu quero postar (2 X)
Eu tenho um texto,
Você vai gostar (2 X)

Ô Abre Alas,
Que eu quero postar (2 X)
E os leitores, eles vão ganhar (2 X)

Vocês conseguem imaginar essa cena, queridos leitores? Principalmente os que conhecem pessoalmente meu sócio e amigo? Pois foi só uma cena imaginária mesmo. A realidade é que o Alexandre me informou que havia preparado um texto bastante pertinente ao pós-carnaval imediato e perguntou se eu poderia ceder, de bom grado, a data para ele. Aliás, ficou extraordinário o texto e você pode conferir bem aqui.

Mas vamos lá reassumir o controle e tentar restabelecer a ordem trazendo a dica cultural que estamos devendo.

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Era o ano de 2014 quando o livro Extraordinário chegou até minhas mãos. Hei de confessar que já tinha passado algumas vezes por aquele título nas livrarias mas a capa nunca havia me despertado a devida atenção. Na época eu estava muito focado em leituras mais técnicas e sempre passava direto para a seção de administração e negócios.


Sabem aquele dito de que as coisas acontecem na hora certa? Pois então, acredito que o livro chegou até mim na hora em que precisava chegar (obrigado Amanda, sua linda! 😘). Naquele momento eu me recuperava de uma cirurgia no maxilar e toda vez que olhava no espelho via um rosto deformado inchado e não conseguia me reconhecer. Enfim, não tenho a intenção de comparar minha condição com a do Auggie Pullman, mas posso dizer que graças ao Auggie o processo pós-cirúrgico ficou mais fácil, pois ele me ajudou na recuperação com toda a coragem de assumir sua condição e viver bem com ela. Fui conquistado pela história desse garotinho.

Mas não quero hoje falar do livro, e sim do filme. Lançado no final de 2017, o longa homônimo tem direção de Stephen Chbosky (diretor de As Vantagens de Ser Invisível) e produção-executiva de R.J. Palacio (autora do livro Extraordinário) e conta com Julia Roberts (Isabel Pullman), Owen Wilson (Nate Pullman), Izabela Vidovic (Via) e Jacob Tremblay (Auggie) no elenco, além de Sônia Braga que faz uma pequena, mas brilhante, participação como a avó de Via.

Devo dizer que o filme perde um pouquinho para o livro em alguns detalhes que são marcados na versão impressa, mas, definitivamente, nada que seja comprometedor. De uma maneira geral a película captura completamente a essência da história e passa lindamente a mensagem, conseguindo despertar no espectador a mesma emoção que senti como leitor. Ah! Faço um alerta aos amigos: separem os lenços, pois lágrimas vão rolar.


A trama conta a história de Auggie, um menino de 10 anos que foi educado em casa por sua mãe e está prestes a ingressar numa escola. Se ser um aluno novo já não é fácil e imagine quando se tem uma doença que o deixou com uma deformidade facial. Pois esse é o maior desafio de Auggie, ser um menino normal quando ninguém o vê assim.

A história é majoritariamente narrada do ponto de vista do protagonista, mas também traz as perspectivas daqueles que orbitam ao seu redor como, por exemplo, sua irmã Via — uma menina meiga que se sente um pouco preterida pelos pais, mas que faz de tudo para que o irmãozinho se sinta feliz— e seu amigo Jack Will — um menino carismático e que consegue enxergar Auggie como ele realmente é.

E como toda boa história tem um antagonista, aqui quem faz esse papel é o Julian. Julian “é daquele tipo de garoto que age de um jeito na frente dos adultos e de outro com as crianças” e ao longo de quase toda a história lidera a cruzada de bullying contra Auggie.


Podemos então concluir que Extraordinário é um filme que consegue tratar de importantes assuntos como as relações familiares, a amizade e o bullying de uma maneira leve e emocionante. É uma história bonita, real e de superação, não só de Auggie, mas de todos os personagens de alguma forma; uma história inspiradora e que nos faz refletir acerca dos preceitos do Sr. Brownie (o professor de inglês) e repensar a maneira como encaramos o mundo. Uma história sobre amizade e como nos tornamos mais fortes quando temos amigos para nos ajudar a superar os obstáculos e, sobretudo, uma história para não nos deixar esquecer que não devemos julgar um livro pela capa e muito menos uma pessoa por sua aparência.



  




Por hoje é isso pessoal! Deixe aqui seu comentário dizendo o qual foi a frase que você mais gostou do filme/livro.

O meu destaque vai para uma frase proferida por Auggie Pullman, que é mais ou menos assim:


Acho que devia haver uma regra que determinasse que todas as pessoas do mundo tinham que ser aplaudidas de pé pelo menos uma vez na vida.”


Está entre umas das que mais gosto, entretanto é que mais significa pra mim.



Um grande amplexo e até a próxima.