quinta-feira, 16 de março de 2017

Vou ensinar-lhe a ser Rico - final


Seja bem vindo de volta meu amigo da blogosfera. Como está a saúde financeira? Está fazendo o acompanhamento orçamentário?
Sei que as coisas já estão melhores, pelo menos você já sabe onde está errando e pode resolver. Antes de prosseguir devo lembrar que este já é o quarto e último post e se você não leu os anteriores peço que, por favor, o faça. Para ler o primeiro basta clicar aqui, para ler o segundo texto, basta clicar aqui e para ler o terceiro texto, basta clicar aqui.
Continuando o nosso estudo sobre a escala financeira, temos:
– Estabilidade
Se você está no zero a zero, ou seja, as suas receitas batem com as suas despesas, parabéns, não tenho nada para falar. 
Brincadeira. Achou mesmo que ia deixar assim? Se acontecer algum imprevisto, algo inesperado, o que você fará se não tem nenhuma grana extra? Você não pode viver preocupado, torcendo para nada de errado acontecer. Sempre haverá problemas na vida!
Problemas existem para nos fazer apreciar as coisas boas e ao mesmo tempo nos fortalecer. Quer um exemplo:
Receber a visita de teus familiares em tua casa é bom ou ruim? Claro que é ótimo. Conversar, matar a saudade e botar o papo em dia. Com toda certeza será um dia maravilhoso. Agora, receber a visita de teus familiares todos os dias, durante um mês, é bom ou ruim?
Nesse caso será ruim, né? Mas, não era bom, porque ficou ruim?
Mesmo uma coisa boa, a visita de familiares, pode trazer coisas ruins: preparar refeições, acomodações, perda da sua privacidade, abandono dos planos de passeios, do futebol etc. Entretanto, não ter a presença da família por perto também é uma coisa ruim tem a saudade, a lembrança das conversas, dos conselhos e das brincadeiras. Isso faz com que o encontro seja tão bom.
Percebeu? A saudade (que é ruim) faz com que o encontro seja muito melhor!
Mas o que isso tem a ver com tuas finanças? Tudo! Você não precisa esperar algo ruim acontecer para só depois agir! É possível se antecipar as fatalidades! E para isso, suas finanças que estão no zero a zero, têm que evoluir.
É hora de passar para o próximo nível.
– Segurança Financeira
Todos deveriam ter uma reserva financeira para uso exclusivo em caso de emergências, o importante é estabelecer o que são gastos de emergências, pois aquela viagem de férias, aquela liquidação, a troca do carro (...) nada disso são emergências. Tudo isso são coisas que podem ser orçadas e planejar a sua execução com prazo e valores pré-definidos.
Gastos emergenciais são:
§     Perda de emprego,
§     Uma doença inesperada,
§     Batida do carro, dentre outras.
Uma questão importante é o tamanho do colchão de segurança. Existem vários valores e geralmente ficam compreendido num período de 6 (seis) meses de suas despesas! Viu como é necessário fazer o orçamento. Agora você sabe quanto gasta por mês e sabe perfeitamente quanto são 6 (seis) meses de seus gastos. Perceba que são os Gastos e não sua Receita.
Não é necessário constituir esse colchão de imediato! Entretanto é essencial que você o faça. Vá aos poucos, cortando alguns gastos não essenciais, economizando em algumas despesas, criando uma segunda fonte de Renda. É vital que você tenha essa reserva, afinal nunca saberemos quando teremos aquela emergência financeira. Se soubéssemos quando o ladrão viria certamente protegeríamos a nossa casa, certo?
Esse dinheiro deverá estar em um local seguro e de fácil acesso. Não! Não é para levar ao pé da letra e esconder no teu colchão! Também não é para deixá-lo na Conta Corrente. A conta corrente não é uma Aplicação Financeira, teu dinheiro não rende nada lá.
Não temos a missão de sermos Corretores Financeiros e por isso não iremos falar onde, quando e quanto aplicar. Contudo, nossa meta é de ajudar as pessoas a saírem das dívidas. Não podemos deixar que teu dinheiro perca o poder de compra e seja corroído pela Inflação, se não leu o nosso post sobre a inflação basta clicaraqui.
Por isso sugerimos que teu colchão de segurança seja aplicado na inicialmente na Caderneta de Poupança (inicialmente, pois também não consideramos a Poupança uma Aplicação Financeira e futuramente falaremos sobre ela) ou em Renda Fixa (falaremos sobre Renda Fixa num próximo post).
– Independência Financeira
Após criar o teu colchão de segurança (seis meses de seus gastos mensais) já pode começar a pensar em investir. Afinal o que fazer com esses aportes mensais (dinheiro que todo mês você aplicava no colchão de segurança) vai parar de pensar no futuro só porque tem o seu colchão?
Tem um novo degrau a frente: A independência Financeira!
Ser independente financeiramente significa não ter mais que trabalhar que é diferente de ser rico! O IF (Independente Financeiramente) tem Rendimentos Passivos (Ações, Renda fixa, Aluguéis, etc.) que cobrem todos os teus gastos mensais, ou seja, não precisa mais se preocupar em trabalhar. Pode trabalhar, mas não será um sacrifício, não tem mais o medo da demissão, pois suas despesas mensais já estão garantidas pelos rendimentos passivos.
Por exemplo: As pessoas que jogam na Mega Sena da Virada, elas querem, se ganhar, não mais trabalhar e viver apenas com os rendimentos do prêmio ou uma pessoa que aluga uma vaga de taxi vive com os rendimentos desse aluguel. Isso é Renda Passiva, todo ganho financeiro que não depende de tua força de trabalho.
Mas, perceba. O IF não pode sair viajando por todo o mundo ou fazer gastos exorbitantes, pois os seus rendimentos passivos apenas garantem os teus gastos mensais e não a realização de todas as suas vontades.
– Liberdade Financeira
Aqui sim. A pessoa pode realizar todas as suas vontades sem se preocupar com teus gastos mensais.
Contudo, o que é ser rico para você? É poder fazer de tudo o que se quer e comprar de tudo sem se preocupar com o valor? E isto te deixaria feliz?
Mas, porque então as pessoas não são ricas ou não tentam ser? Já parou para pensar nisso: que você pode estar se sabotando!
Sim é verdade! Você pode ser o culpado por estar sem grana e não conseguir mudar. Isso acontece porque não fomos preparados para ter dinheiro. Não há o estudo de finanças pessoais nas escolas. Nossos pais não podem nos ensinar porque eles também não sabem!
Vou te contar um grande segredo: Temos que tratar de nossa riqueza emocional para poder ter a riqueza financeira!
Li um livro algum tempo atrás o best-seller - Os Segredos da Mente Milionária de T. Harv Eker. Para o autor radicado nos Estados Unidos, que se tornou milionário em dois anos e meio, são as suas crenças que determinam o seu grau de controle sobre as finanças. Suas lições se baseiam em abrir mão de alguns velhos modos de pensar e agir, dominar emoções e refazer modelos mentais.
Você precisa se colocar no comando da sua vida, pois o sucesso financeiro não depende só da sorte. Pessoas com mentalidade pobre se colocam em posição de vítima e culpam a economia, o governo ou o patrão, por exemplo. Focam nos obstáculos, e não nas oportunidades.
Para o autor, pessoas de mentalidade pobre querem ter apenas dinheiro suficiente para pagar as contas em dia, mas as intenções têm poder. “Odeio ter que lhe dar esta noticia, porém existe uma imensa diferença entre ter algum conforto e ser rico”, diz Eker.
“Enriquecer não é um passeio no bosque”. Para o autor, a estrada para a riqueza é uma viagem cheia de curvas, desvios e armadilhas, e é por isso que a maioria das pessoas não a toma. Na busca por uma vida sem complicações, as pessoas se sentem fracassadas e encontram outros problemas pelo caminho.
Somos diferentes, certo? Pelo menos vocês estão aqui tomando conhecimento da existência de outros caminhos. Não precisa viver sofrendo e contando as moedas no final do mês.
Ninguém nasce falando ou correndo. Aprende-se no decorrer da vida. É necessário cuidar da saúde emocional, mental e financeira da mesma forma que cuidamos da saúde física!
Você acha que está se sabotando? Conseguiu se achar na escala financeira? Conte-nos.
Até a próxima.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Vou ensinar-lhe a ser Rico - parte 3


Seja bem vindo de volta meu amigo da blogosfera. Como foi o carnaval aproveitou bastante? E a saúde financeira sobreviveu ou as finanças viraram pó nesta quarta feira de cinzas?
Sei que as coisas já estão melhores, pelo menos você já sabe onde está errando e pode resolver. Antes de prosseguir devo lembrar que este já é o terceiro post e se você não leu os anteriores peço que, por favor, o faça. Para ler o primeiro basta clicar aqui e para ler o segundo texto, basta clicar aqui
Combinamos que iríamos debater o orçamento no vermelho, entretanto, teus dados estão bem organizados? Vamos a uma breve revisão de como fazer um orçamento mensal.

1. Anote suas receitas e despesas
Comece anotando todas as suas receitas e despesas. Reserve uma pequena parte do seu tempo para registrar todos os seus gastos diários e torne isso um hábito.

2. Agrupe as receitas e despesas
Agrupe as despesas e as receitas do mês em categorias. É importante que, de tempos em tempos (pode ser uma vez por semana), você agrupe essas despesas em categorias. Por exemplo: gastos com conta de luz, gás, aluguel, podem ser agrupados em uma categoria de despesa chamada “Habitação”. Gastos com supermercado, padaria, feiras podem ser agrupados como “Alimentação”. Uma possibilidade de categorias de agrupamentos seria: Habitação, Alimentação, Saúde, Educação, Transporte, Vestuário, Lazer e Financeiro. Isso permitirá a você saber, no fim do mês, exatamente de onde seu dinheiro veio e com que ele foi gasto.

3. Analise a situação com atenção
Ao terminar o mês, organize os grupos de receitas e despesas que você criou.  Nesse momento, forma-se um retrato fiel de como você adquire renda (recebe dinheiro) e de como gasta seu dinheiro ao longo de um mês (gera despesas). Com os dados já organizados é possível ver se o que você recebe está sendo suficiente para cobrir suas despesas (saldo azul) ou se é insuficiente (saldo vermelho).


Infelizmente, não se é possível aumentar as receitas quando bem quiser, sobra-nos diminuir as despesas. Talvez você perceba que gasta muito com algo que não é importante, ou se dê conta de que algo muito importante para você está recebendo pouco ou nenhum recurso. É hora de priorizar sua vida e seus gastos, alocar dinheiro naquilo que mais importa para você!
Voltando a Escala Financeira, fui perguntado se há algum degrau entre a Segurança e a Insegurança Financeira: e a resposta é Sim!

– Estabilidade

Se você está no zero a zero, ou seja, se as suas receitas batem com as suas despesas, parabéns! Falaremos sobre isso no próximo POST, porque como combinado iremos falar sobre orçamento no vermelho.
O ponto mais comum que as pessoas estão na escala financeira é:

– Insegurança Financeira

Aqui, a pessoa vive do seu crédito pessoal: Cartão de Crédito e Limite do Cheque Especial. É necessário lembrar que esse dinheiro não é seu, ele é um Empréstimo!
         Mesmo que você pague o valor total da fatura, essa grana é retirada do teu orçamento do mês seguinte. O valor da fatura tende a aumentar, pois:

§  Há a facilidade de uso;
§  A falta de compreensão sobre o que é realmente essencial (nunca pague contas de água ou luz com o cartão); e
§  O grande apelo de marketing dizendo: gaste ... gaste ... e gaste.

Quando você já não consegue pagar o valor total da fatura e entra no rotativo, piora muito, pois o rotativo é a linha emergencial de crédito usada por quem não consegue pagar o valor integral da fatura do cartão, só no ano passado, os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em torno de 490% ao ano.
Os juros do cheque especial também são muito altos e chegaram a 330% ao ano de acordo com o site do Banco Central.
         Entrar no rotativo e/ou cheque especial é como empurrar uma bola de neve morro acima. Ela só cresce até que uma hora (...) te esmaga.


         Quando já não se consegue arcar com as dívidas e não se tem mais crédito, entra-se na outra escala do endividamento e começa a viver do crédito alheio.

– Dependência Financeira

         As dívidas já fugiram do controle, ninguém quer mais te emprestar dinheiro, seu cartão estourou o banco te liga todos os dias cobrando (...) a vida está complicada e a saída: pedir dinheiro e/ou o cartão emprestado aos teus familiares e/ou amigos.
         Pedir dinheiro é uma ótima opção, pois além de não pagar juros há a possibilidade de combinar o dia da quitação. Em compensação, se você não pagar o empréstimo na data combinada, certamente terá menos amigos e/ou os eventos familiares serão bem constrangedores.
Muitos pedem o cartão emprestado, talvez você esteja nessa fase. Pode ser uma saída emergencial, mas apenas se você tiver como pagar essa dívida, senão a bola de neve apenas fica maior e ao invés de apenas você ser o devedor, agora seus familiares também estão devendo, pois é o nome deles que está sendo utilizado!
         Nessa hora, muitos se desesperam. Parte para os agiotas, o que piora muito a situação. Outros começam a ficar dispersos no serviço, caindo o seu rendimento o que acaba por serem demitidos.
         O que os leva para a próxima escala do endividamento.

– Submissão Financeira (falência)

         Pode parecer estranho, mas no Brasil há o processo de falência pessoal dentro do CPC – Código de Processo Civil cujo nome é “Insolvência Civil”. Ela acontece quando a pessoa perde completamente a capacidade de arcar com suas obrigações financeiras. É uma medida extrema, equivalente à falência empresarial, porém aplicada a uma pessoa física. Não é um recurso muito comum, pois o falido “morre civilmente” por cinco anos, enquanto o credor reduz bruscamente a chance de recuperar sua perda, mas é algo a que muitas pessoas estão sujeitas.
A insolvência civil é o último recurso da pessoa endividada, é o momento em que ela é obrigada a reconhecer, legalmente inclusive, que “está no buraco”. Ela é o atestado de esgotamento da capacidade de negociação com credores e dos típicos “malabarismos financeiros”, como usar o limite de crédito de uma conta para cobrir um rombo em outra, e por aí vai…
         Algumas características que indicam que você pode estar caminhando rumo à insolvência pessoal:

§  Você não tem nenhuma reserva financeira. Se você tem uma renda (seu salário, por exemplo) e gasta tudo o que ganha (as vezes mais que isso), corre sério risco de quebra caso haja uma interrupção repentina dessa renda;
§  Você vem fazendo uso regular de seu limite de cheque especial ou cartão de crédito nos últimos seis meses.
§  Em algum momento, nos últimos seis meses, você “estourou” seu limite de crédito.
§  Você tem bens (móveis ou imóveis) penhorados ou alienados como garantias de empréstimos e financiamentos.

Se algum desses “sinais” se aplica a você, tome cuidado! Você pode estar caminhando para uma situação que resultará em insolvência pessoal!
Se for o seu caso, é necessária uma ação rápida e incisiva no sentido de identificar seus gastos e eventuais vazamentos em seu orçamento doméstico, adequar suas despesas à sua realidade financeira, fazer um orçamento para os próximos meses, que o oriente novamente ao equilíbrio financeiro e, mais importante que tudo, é necessário disciplina férrea para seguir esse orçamento.
Chegamos ao final de nosso encontro. Organize seus dados financeiros, revise seu orçamento e veja o que pode ser mudado. Para ajudar nessa tarefa deixo dois presentes: Um pensamento de um grande poeta ...  



          E já que queremos te ajudar a se livrar das dívidas, o segundo presente é um aplicativo que gosto muito de usar para controlar minhas finanças, o minhas economias, ele é gratuito.
  
Até a próxima.