domingo, 18 de dezembro de 2016

Inflação

Bem-vindo (de volta)! Sim, sim, eu sei que no meio do mês deveria ser um post sobre algo diferenciado (livro ou filme ou esportes, etc), mas dessas vez, excepcionalmente, vamos quebrar esse ciclo e falar diretamente sobre economia. Você sabe me dizer o que é inflação?


Não? Não tem problema, você não está sozinho. Veja: 




O ex-diretor do Banco Central, Alexandre Schwartsman, diz que:

Inflação é o aumento geral e persistente dos preços. Estas duas características são cruciais. Se apenas uns poucos preços aumentam, enquanto os demais permanecem estáveis, não há como caracterizar um processo inflacionário, ainda que o índice de preços mostre valores positivos. Da mesma forma, se há um aumento de todos os preços num dado mês, por exemplo, por conta da imposição de algum tributo, mas estabilidade em seguida, também não temos como caracterizar inflação; esta tem que ser generalizada e persistente.”


De uma maneira mais simples, eu costumo dizer que inflação é a perda do poder de compra do dinheiro. Por exemplo, se há cinco anos você conseguia comprar 10 pãezinhos com R$1,00 e agora só consegue comprar 03 unidades, é porque a inflação corroeu 70% do seu poder de compra para esse item.


Mas e o que causa a inflação?

Se inflação é a perda do poder de comprar, então podemos intuir, de maneira simplista, que o que causa a inflação são preços mais altos.

Mas são várias as causas da inflação e dentre elas podemos citar:

Gastos Públicos
o governo gasta mais do que arrecada e para compensar lança mão da impressão de mais dinheiro e com isso o volume de dinheiro passa a ser maior que a oferta de serviços e bens a venda. E com mais dinheiro no mercado os preços sobem.

- o governo aumenta os impostos, visando aumentar a arrecadação para cobrir as despesas. As empresas, por sua vez, repassam ao consumidor esse aumento nos impostos. E por conta desses repasses os preços sobem.

Cartéis
- quando um produto é vendido por algumas poucas empresas e elas se juntam para determinar o preço desse produto acima do mercado ou restringem a produção, diminuindo a oferta. Com essas manobras os preços sobem.

Custos de Produção
- empresas fazem empréstimos para aumentar a produção e nesse meio tempo os juros sobem. Se os juros sobem, o custo do empréstimo fica maior e para cobrir essa diferença as empresas aumentam os preços de seus produtos/serviços.

- se o governo aumenta os impostos ou cria novos impostos, os custos de produção também são afetados. Para suprir esses novos custos, os preços aumentam.

Produção em Baixa
- as empresas começam a produzir menos do que o mercado necessita e, tornando a demanda maior que a oferta. Como o produto fica escasso, o consumidor se dispõe a pagar mais e com o consumidor de bolso aberto, o preço aumenta.

Indexação
- o reajuste do aluguel e alguns outros contratos são atrelados a inflação do período passado. Ou seja, para garantir que esses contratos tenham o mesmo valor, eles são reajustados de acordo com um índice inflacionário, assim a inflação de hoje passa ser o piso inicial de amanhã.

- Funciona assim: a alta de alguns preços faz a inflação subir. Essa inflação, em seguida, é usada para calcular o reajuste dos produtos e serviços que têm preço indexado. Como consequência, esses preços sobem – e, ao subirem, geram uma “nova inflação”, e isso vira um ciclo que se repete.

Inércia
- a empresa ou o trabalhador acreditam que a inflação vai subir. Como medida de reserva a empresa aumenta os preços para manter a margem de lucro ou o trabalhador pede um aumento para manter o poder de compra.


Como faz para medir a inflação?




Na teoria, para medir a inflação seria só pegar o preço dos produtos e compará-los com o preço do mês anterior, e essa diferença seria a variação da inflação. Mas isso é só na teoria, pois na prática tudo fica mais difícil.

Para começar, seria preciso definir quais seriam os produtos usados para esse cálculo, depois ainda teria de considerar as variações como, por exemplo, marca, tamanho da embalagem, variedade do produto, etc.

Se tiver interesse em saber um pouquinho mais sobre como é feita essa medição, pode olhar esse link aqui http://super.abril.com.br/cultura/como-e-medida-a-inflacao/ e também esse http://br.advfn.com/economia/inflacao/brasil/calculo.

Para tornar esse trabalho um pouco menos complicado, foram criados uma série de índices que permitem uma visualização mais simples e precisa para os diversos segmentos da economia e cada um serve para medir um tipo diferente de inflação.

Vamos aos principais índices:

INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)

foi criado inicialmente com o objetivo de orientar os reajustes de salários dos trabalhadores e tem como objetivo oferecer a variação dos preços no mercado varejista, mostrando, assim, o aumento do custo de vida da população.

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)

foi instituído inicialmente com a finalidade de corrigir as demonstrações financeiras das companhias abertas e hoje é o índice oficial do Governo Federal para medição das metas inflacionarias.


IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15)
foi criado com o objetivo de oferecer a variação dos preços no mercado varejista, no período aproximado do dia 15 de um mês ao dia 15 do mês seguinte, mostrando, assim, o aumento do custo de vida da população.

saiba mais em http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2007/09/14/entenda-o-que-e-o-ipca-15.htm

IGP (Índice Geral de Preços)

foi concebido para ser uma medida abrangente do movimento de preços. Ele registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. O IGP é formado pela média de três índices que refletem a economia: IPA (Índice de Preços por Atacado, com peso de 60%); IPC (Índice de Preços ao Consumidor, peso de 30%); e INCC (Índice Nacional de Custos da Construção, peso de 10%).

saiba mais em http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2007/09/14/entenda-o-que-e-o-igp.htm

IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna)

é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP) e registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. É usado para calcular reajustes de tarifas públicas, contratos de aluguel e planos e seguros de saúde (nos contratos mais antigos)

saiba mais em http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2007/09/14/entenda-o-que-e-o-igp-di.htm

IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado)

quando foi concebido teve como princípio ser um indicador para balizar as correções de alguns títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e Depósitos Bancários com renda pós fixadas acima de um ano. Posteriormente passou a ser o índice utilizado para a correção de contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas como energia elétrica.

saiba mais em http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2007/09/14/entenda-o-que-e-o-igp-m.htm

IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor)

mede a variação de preços de um conjunto fixo de bens e serviços componentes de despesas habituais de famílias e é usado como referência para avaliação do poder de compra do consumidor.

saiba mais em http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2007/09/14/entenda-o-que-e-o-ipc-fipe.htm

IPC-S ndice de Preço ao Consumidor Semanal)

Permite detectar com agilidade mudanças de curso na trajetória dos preços e tem seu uso nos reajustes salariais e contratos de aluguéis.



Os Efeitos da Inflação...

Nos juros: o governo, através do Banco Central, utiliza a taxa Selic para aumentar os juros e tentar conter o avanço da inflação. Como os juros sobem, tomar empréstimos fica mais caro, o que reflete diretamente nos financiamentos e compras parceladas.

Na poupança: Com a inflação acima do teto da meta, 6,5%, a poupança passa a render menos do que a inflação oficial, ou seja, se você deixa seu dinheiro guardado na caderneta, passa a perder dinheiro. E por quê? Porque dinheiro, ou salário, valendo menos do que a inflação, é dinheiro que se desvaloriza e compra menos do que comprava antes.

Além disso, no caso da poupança, pelas regras, quando os juros da Selic estão acima de 8,5%, ela rende apenas os 6% ao ano, mais a taxa de referência (TR), que é perto de zero (0,1835% quando escrevo esse artigo). Com inflação a um valor como 4%, a poupança continua rendendo 6%. Dois pontos a mais. Se a taxa subir para 8%, a poupança rende 6%. Dois pontos a menos.

No salário: normalmente o aumento salarial, quando corrigido pela inflação, tem como base o período compreendendo 12 meses para trás a contar da data do reajuste. O que ocorre é que daquela data para frente a inflação pode vir a subir e embora você esteja recebendo mais, vai continuar com a sensação de que falta dinheiro. Ex. Se, em maio, um determinado salário aumentou 4%, -- a inflação acumulada no período anterior --, e, em dezembro, a inflação acumulada seja de 10%, o salário perde 6% para inflação. Ou seja, se o valor era R$ 1.500,00, na verdade, está valendo R$ 1.410,00.

Nas contas públicas: quando o Banco Central aumenta da taxa Selic a fim de conter a inflação, esse aumento afeta também a dívida do governo, que paga juros sobre seus empréstimos (ex. Tesouro Selic). Como o governo não gera renda por si só e precisa de mais dinheiro para pagar suas contas, uma das medidas para arrecadar mais é aumentar os impostos já existentes ou criar outros.



como controlar a inflação?



Existem algumas técnicas utilizadas para controlar a inflação; dentre elas podemos citar a política fiscal e a política monetária. Mas, dentre todas as principais medidas adotadas pelos governos, aquela que surte efeito mais rápido é a elevação da taxa de juros, pois induz a redução do consumo e retira o “excesso” de moeda de circulação.


A saber:



A política fiscal visa aumentar os impostos, diminuindo o poder de compra das pessoas, e isso freia o consumo, o que estabiliza a inflação. Com mais impostos as pessoas têm menos dinheiro e com isso consomem menos.

Através da política monetária o governo dificulta os bancos a emprestarem dinheiro para a população, diminuindo assim o poder de compra das pessoas e freando o consumo, o que estabiliza a inflação.


E agora, depois de ler tudo, você já sabe me dizer o que é inflação? Espero que sim, e também espero que você não deixe mais o seu dinheiro parado e perdendo valor. Também espero que você tenha entendido que investimento que rende menos que a inflação não é investimento, mas sim prejuízo. E por fim, espero que você deixe aqui seu comentário dizendo o que achou do artigo.


Um grande amplexo e até a próxima.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

“Então é Natal e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez.”


Nessa época, sempre me lembro da música: “Então é Natal” do Cláudio Rabelo na voz da Simone. Logo vem a lembrança das noites em família, da mesa farta e principalmente dos presentes.
Sério, quem não gosta de receber presentes?
Quase passava mal com a espera do “bom velhinho” que só aparecia à meia noite, depois da ceia! E o pior: nós tínhamos que estar dormindo!
Bem, o tempo passou e hoje em dia, temos que ser 0 “bom velhinho”, preparar a casa para receber nossos familiares, agitar a ceia e é lógico: comprar os presentes!
E aqui acaba o conto de natal, pois saiba: há todo um planejamento estratégico de marketing dedicado a fazer apenas uma única coisa, que gastemos todas as nossas economias, o nosso salário e o nosso décimo terceiro nessa época! Sim, eles querem que compremos vários presentes, roupas novas, que enchemos a mesa de comida e comemoramos o Natal como pessoas ricas e prósperas.
Isso não é ruim! Já contei que curto bastante essa época: rever os nossos familiares, os nossos amigos e poder conversar e relembrar as coisas boas que passamos.
Entretanto, temos a obrigação de mostrar a armadilha que se esconde nesse "Natal" que a mídia nos apresenta.
Saiba que ninguém acorda endividado. A dívida é como uma doença que chega devagar, já falamos sobre isso em outro post se ainda não leu clique aqui
Tudo começa como uso do cheque especial e do cartão. É necessário que entenda que “esse crédito” é na verdade um Empréstimo. Se pagar o valor total da fatura não é tão ruim. O problema surge quando se começa a pagar parte dela ou pior, o seu mínimo. Pois, os juros são altíssimos e se tornam uma bola de neve, e aí... estaremos doentes, totalmente endividados.
Perceba. Não queremos que você se enclausure, se transforme em um “mão-de-vaca” e nem que saia por aí gastando todo seu salário como se o mundo fosse acabar amanhã, nossa meta neste blog é mostrar que podemos viver com uma segurança financeira e ao mesmo tempo economizar.
Por isso temos algumas propostas para você:
  • Que tal juntar a família e os amigos e fazer uma ceia de natal partilhada onde cada um leva um prato de comida. 
  • Pode-se também fazer um amigo oculto de cartões ou de presentes de baixo custo, pois o importante nesta época são as pessoas e não os bens materiais. 
  • Aproveite e dê uma boa olhada no teu guarda roupa e doe aquelas que você não usa a um bom tempo. Há tantas pessoas necessitando. 
  • Pegue aquele brinquedo que teu filho não quer e faça o Natal de uma criança. Basta entregar em um orfanato, seja o “bom velhinho” e leve pessoalmente, com certeza será um dia inesquecível.
Há tantas outras coisas que pode ser feita: aquela ferramenta e os utensílios domésticos repetidos. Faça uma faxina é hora de treinar o desapego!
Pegue tudo e venda no bazar e/ou numa feira de caridade. O que não dá pra vender doe na igreja, asilo ou orfanato.
Tantos reclamam que estão sem dinheiro, mas quando se olha a casa é tão cheia, tão entupida de coisas que não tem mais utilidade. Aproveite essa época e faça o desapego!
Muitas vezes não crescemos financeiramente porque a nossa vida/emoção está lotada e repleta de bagunça. Doe! Treine o desapego emocional das coisas. Comece o ano diferente. Faça um 2017 melhor.
É o Natal, nascimento, e só depende de você: Prefere nascer endividado e doente ou nascer seguro financeiramente e saudável?
Lembre-se que o ano novo chega repleto de presentes de grego: IPTU e IPVA são apenas alguns. Da mesma forma que cuidamos de nossa saúde física devemos cuidar da saúde financeira por isso não se esqueça: Nada de exageros!

Feliz Natal e um Próspero Ano Novo.