segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Escravos Modernos

Salve galera, bem-vindos para mais um texto.

Para escrever os textos anteriores precisei de alguma leitura e muita pesquisa e durante todo esse trabalho acabei passando pelo blog do meu mentor e guru - que não deve nem saber da minha existência - Leandro Ávila. Ao ler um de seus excelentes textos no Clube dos Poupadores (link) sobre algumas pessoas - nesse caso funcionários públicos - que chegam a ter 100% de sua renda comprometida, mesmo ganhando um salário muito acima da média da população, me veio a seguinte reflexão:


Será que a escravidão acabou mesmo?



Historicamente fomos ensinados que em 13 de maio de 1888,  Isabel Leopoldina de Bragança e Bourbon, a princesa Isabel, assinou a Lei Áurea, libertando as cerca de 700 mil pessoas que ainda vivam na condição de escravos, como sendo propriedade do senhor de engenho. Ato que levou a abolição da escravatura aqui no Brasil.

Essa escravidão de uma pessoa ser propriedade da outra oficialmente acabou e é proibida lei há mais de 130 anos, mas se lembrarmos que escravidão também remete à falta de liberdade, sujeição, dependência e submissão eu acho que não.

Eu acho que muitos de nós somos escravos do consumo e, mais ainda, do consumismo - que nos leva a dívida ruim, conforme texto de outubro (link) - e nos faz viver numa condição análoga ao do trabalho escravo. Infelizmente vira e mexe sai nos jornais que o Ministério do Trabalho junto com a Polícia Federal resgatou trabalhadores - em sua maioria estrangeiros - que se encontravam em condições de trabalho semelhante a escravidão, ou seja, que eram forçados a trabalhar em troca de moradia e alimentação e/ou para pagar as dívidas (abusivas) que adquiriram com aqueles que lhe trouxeram e empregaram.

Reparou alguma semelhança? Já parou para pensar que você pode ser um trabalhador escravo?

Ah, mas eu tenho direitos trabalhistas, carteira assinada, décimo terceiro, férias e até participação nos lucros. Como que eu sou um trabalhador escravo? Pirou de vez?

Não, eu não pirei. Pelo menos não mais que o normal. Meu grau de loucura continua o mesmo. Veja só, no trabalho análogo ao escravo as pessoas são forçadas a trabalhar para pagar por casa e comida e/ou pagar as dívidas que adquiriram, certo? E você hoje trabalha para que? Para onde vai toda a sua renda mensal? Você é 'forçado' a trabalhar ou pode a qualquer momento resolver tirar 6 meses de férias?

Eu espero que esses os dois ou três leitores que nos acompanham com assiduidade possam, pelo menos, responder que trabalham para alcançar a liberdade financeira e que ainda não conseguem tirar um semestre de férias mas que já iniciaram os planejamentos para chegar a esse ponto. Entretanto a maioria da população trabalha para comprar comida/aluguel e pagar as contas de consumo (fonte), exatamente como os trabalhadores escravos. A diferença é que essa escravização se dá de maneira voluntária.

Toda vez que a pessoa escolhe parcelar no cartão de crédito, tomar um empréstimo consignado, entrar no cheque especial, abrir um crediário etc... enfm, adquirir uma dívida ela está se colocando na condição de escrava das dívidas, está fazendo pesar cada vez mais o chicote dos juros e jogando para mais longe a chave que solta das amarras que permitem ser financeiramente livre.

Sabemos que em nosso país a educação financeira não é estimulada nem tampouco formalmente ensinada. Por isso a nossa missão com esse blog é compartilhar todo o conhecimento financeiro que adquirimos ao longo dos anos e evitar que vocês cometam os mesmos erros que já cometemos. Por isso, fique com a gente. Tentamos, todos os meses, trazer algum conteúdo que possa agregar no aprendizado e contribuir para que você amplie sua consciência e faça escolhas financeiras mais embasadas...enfim, para que pare de se colocar na condição de escravo financeiro e vire esse jogo, fazendo o dinheiro trabalhar para você através da maravilha dos juros compostos (aqui).

E se quiser receber nosso textos diretamente no seu e-mail deixa um comentário aqui abaixo com seu nome e e-mail que lhe incluiremos em nossa lista.

Um amplexo e até a próxima.
'Stay alive'


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Quanto mais cedo, melhor, porém se for ainda mais cedo é melhor ainda.

Salve galera!

Retornando para mais uma indicação literária no espaço 'Mente Sã'.

Peço desculpas pelo atraso na publicação do artigo. Confesso que meus planos para o texto desse inicio do mês estava completamente voltado para o "Bolso São", entretanto durante as pesquisas para compor dois textos anteriores (A Dívida Boa e Consuma com Moderação) - para ser mais preciso foi enquanto revisava o texto sobre as dívidas ruins, uns dias antes de publicá-lo - me deparei com um livro escrito pelo americano Jon Hanson, que se chama - vejam só - Dívida Boa, Dívida Ruim.

E aí, obviamente que fui atrás de comprar esse livro para saber qual seria a abordagem do autor para com o tema e, para minha imensa felicidade e satisfação, descobri que estamos no caminho certo nesse blog. É claro que para escrever nossos artigos lemos, estudamos e pesquisamos muito sobre os temas com a finalidade de trazer sempre uma informação crível e confiável para vocês - que não quer dizer que estamos imunes a falhas, aliás muito pelo contrário. Somos humanos e como tal erramos sim. Apenas trabalhamos para que os acertos sejam mais vultuosos e numerosos que os erros.

Enfim, o que eu queria dizer é que me traz imensa alegria descobrir, por acaso, que nossos escritos estão em consonância com as palavras de quem já é tarimbado no assunto. 😍

Mas chega de enrolação e vamos ao livro.


Em dez capítulos o autor consegue, de maneira leve e divertida navegar entre as dívidas boas e as dívidas ruins mostrando como elas são capazes de influenciar em nossa vida.

Ao longo do texto ele faz alguns comparativos entre a saúde financeira e saúde física, como quando faz um trocadilho com dívidas e diabetes criando o termo dividabetes. Jon Hanson também faz uma classificação das pessoas em dois perfis financeiros: Os Consumerati e os Econo-Sábios.

O primeiro grupo, os Consumerati, são aqueles que vivem no limite de suas posses e em geral nunca pensam no futuro. Já o grupo dos Econo-sábios aje o hoje pensando em como isso afetará o futuro.

Segundo o autor, cada grupo tem três características preponderantes e também opostas, que levam a felicidade duradoura (Econo-sábios) ou a felicidade temporária (Consumerati).

Características dos Econo-sábios:
Disciplina - Dilação - Discernimento

Características dos Consumerati:
Indiferença - Imediatismo - Ignorância

Seguindo pelas páginas, logo chegamos nas consequências das dívidas:

  • Perda de Liberdade
  • Perda de Fluxo de Caixa
  • Perda de Tempo
  • Perda de Oportunidades
Na sequência o autor aborda temas como o controle emocional, o adiamento do prazer de consumo, o casamento e até mesmo a morte - "E se você não morrer?" é o título do capítulo.

E para complementar o bom humor empregado no livro, o autor ainda concebeu umas charges para ilustrar o inicio de cada capítulo e rechear alguns capítulos.



É um bom livro que, através de histórias pessoais do autor, consegue fazer atentar para pequenas (e grandes) questões do dia a dia e principalmente (re)pensar em como agimos no agora e quais os resultados desses atos no futuro. Como diz Hanson: "Quanto mais cedo, melhor, porém se for ainda mais cedo é melhor ainda".

Um grande amplexo e até a próxima!
'Stay alive'

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Serviço:
Título = dívida Boa, dívida Ruim
Autor = Jon Hanson
Editora = Best Seller
ISBN = 978-85-7684-120-3
Lançamento = 2005
Páginas = 253


quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Consuma com Moderação

Salve galera, bem-vindos de volta mais uma vez!

Já estamos no mês de outubro e o fim do ano já espia pela janela com aquele jeito de quem quer logo entrar e o texto de hoje guarda estreita relação com essa época.

Os últimos meses do calendário trazem consigo datas como 'Black Friday', Natal e 'Réveillon', eventos em que muitas pessoas cedem aos apelos de consumo e acabam gastando mais do que deveriam e acabam se endividando.

E o pior de tudo é que contraem a tal da dívida ruim. A dívida ruim funciona como uma espécie de âncora que te puxa para baixo e dificulta o seu avanço rumo a uma vida próspera; enquanto a dívida boa age como uma alavanca que te joga para cima e faz crescer seu patrimônio.

Sobre as dívidas boas nós falamos no artigo de julho - se você não leu (ou não lembra) o texto é só clicar aqui - e no artigo de hoje falaremos sobre as outras dívidas, as ruins.



Uma dívida ruim pode ter início de várias formas e a mais comum delas é a compra não programada. Essa compra é aquela autoindulgência por um dia difícil no trabalho ou aquela promoção imperdível ou até mesmo o ingresso para aquele filme incrível que estão todos comentando...

Geralmente o orçamento não espera receber essas aquisições e o pagamento por elas acaba sendo no cartão de crédito ou cheque especial - as modalidades com a mais elevada taxa de juros do mercado.

Outras situações que podem levar à dívida ruim são:

* Empréstimo (consignado) para a compra de supérfluos.
- tomar um empréstimo para trocar de carro ou fazer uma viagem quando as contas mal fecham não faz sentido. O melhor é se organizar e fazer uma reserva/poupança para o objetivo.

* Emprestar o nome ou cartão ou cheque para um parente ou amigo financiar algo.
- cabe refletir que se a pessoa tem o nome sujo ou não tem linha de crédito é porque deve ser mau pagadora.

* Imprevistos financeiros como doenças, desemprego, acidentes, morte ou separação.
- muito embora sejam imprevistos, há como minimizar o efeito desses eventos com a criação de uma poupança ou reserva de emergência. Aqui indicamos manter sempre um colchão de liquidez (veja aqui)

* Ostentação (ou levar uma vida acima do seu padrão financeiro).
- estar com as finanças no fio da navalha só para manter as aparências certamente não ajuda. A pessoa consegue rolar a dívida um mês para frente, as vezes dois, mas é só aparecer uma pedra no caminho que um tropeção se torna uma bola de neve. 

Além do colchão de liquidez, umas atitudes bem simples podem te fazer passar longe das dívidas ruins. Se antes de comprar você se perguntar se realmente precisa daquele item, fizer as contas para saber se consegue comprá-lo à vista (negociando um belo desconto) e esperar alguns dias (sem ficar pesquisando preços e especificações na internet) para efetuar a compra a fim de saber se não era uma vontade passageira, eu garanto que a probabilidade de se afundar em dívidas já diminui bastante. Outra medida é sempre anotar e revisar todos os seus gastos (aqui tem umas dicas), pois se alguma coisa sair do controle há tempo hábil de corrigir.

Em tempo: A ideia desse blog não é, nem nunca foi, te tornar um mão de vaca, muito pelo contrário. Sabemos e entendemos o prazer que traz uma nova aquisição, entretanto queremos que você faça isso de forma consciente e planejada, não se deixando levar pelas estratégias de marketing e comprando por impulso ou ainda abrir mão de um amanhã saudável para ter um presente aparentemente glamouroso.


  




Mas se você, como 61,7% da população brasileira (fonte), está endividado pode procurar o seu credor ou o SERASA para tentar negociar o pagamento dessa dívida e conseguir um abatimento nos juros - que em alguns casos passa da casa dos 90% (fonte).

Ir as compras faz com que o cérebro libere dopamina e produza uma sensação de bem-estar, mas em contrapartida ficar devendo gera estresse, angústia, depressão e outros problemas psicossomáticos (físicos e mentais). Então seja consciente quando for assumir uma dívida e pensa na sua capacidade de pagá-la, não se deixe levar por um prazer momentâneo. Consuma com moderação.


Um amplexo e até o próximo texto.
'Stay alive'

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

"Preste atenção nos sinais, quando a vida dá um momento assim é um pecado não aceitar."


Bom dia amigos da blogosfera. Sejam todos bem-vindos. Como estão a saúde financeira e a mental? Espero que esteja a todo vapor.
Falando em saúde mental. Trazemos esse mês uma indicação muito boa. O livro “O lado Bom da vida” de Matthew Quick lançado pela Editora Intrínseca (2013) é bem diferente do filme o que é normal, pois geralmente os livros são usados como inspiração.
Um livro que me deixou sem palavras.
Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes da internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.
Pat acaba de sair de uma instituição psiquiátrica, não sabe quanto tempo passou lá, não se lembra do que o levou para o lugar ruim, não tem emprego, foi deixado pela esposa e é ignorado pelo pai. Mas tem ao seu lado uma mãe capaz de tudo por ele, seu irmão e seus amigos. Agora ele só tem que recomeçar, e reaprender a viver.
Pat é extremamente cativante. Torcedor fanático dos Eagles, viciado em exercícios e dono de um coração de ouro. Sua ingenuidade e esperança em um final feliz para o "filme de sua vida" comovem até o mais duro dos corações. E sua habilidade em soltar, sem medo, spoilers sobre clássicos da literatura, torna-o hilário (livros que a professora Nikki passa para seus alunos: Apanhador no campo de Centeio, O Grande Gastby, A Letra Escarlate).
Há outros personagens secundários, como:
Tiffany é divertida e um pouco manipuladora, mas também tem um bom coração. Mesmo que, quando tenta ajudar, acabe só atrapalhando tudo.
Jeanie Peaples foi, sem dúvidas, minha personagem favorita do livro. Essa mulher tem uma força fora do normal. Ela tem um carinho pelo filho que, olha, merece o Oscar de melhor mãe do mundo. A forma como ela cuida de Pat, como o defende e o protege é indescritível. Matthew conseguiu passar perfeitamente o amor incondicional que ela tem pelo filho. Na minha opinião, a verdadeira protagonista da história é ela.
Vi algumas pessoas falando que acharam a escrita de Matthew Quick um pouco repetitiva, e é. Mas gente, Pat é quem narra, e ele tem deficiência mental! Essa técnica de escrita de Matthew, quando vista sob esse ângulo, é genial.
Agora, duas observações, detalhes bobos, mas que fizeram a diferença. Primeiro, foi colocada como nome dos capítulos uma de suas últimas frases, e eu adorei isso. O segundo é que a faixa no meio da capa não é aleatória. Ela remete ao futebol americano, citado exaustivamente ao longo do texto.
Voem, Eagles, voem".
Essa foi, com certeza, a resenha mais difícil de escrever desde que entrei para o blog. O livro não tem uma trama surpreendente, não tem uma escrita maravilhosa, não é um dos melhores que já li. Não tem nada específico nele que te faça "ficar de boca aberta".
É simples. E nessa simplicidade, ele se torna mágico.

Nada do que eu diga vai passar para vocês o que eu senti enquanto lia a história de Pat. Ele te envolve de tal forma que até a pessoa mais pessimista do mundo, após a leitura, vai acabar por buscar um pouco mais o “lado bom da vida”. Simplesmente por que é impossível ser indiferente às lições de Pat.
Ps: Sobre o filme, ganhador do Oscar de Melhor Atriz, nem parece que ele foi baseado no livro! Até os nomes foram alterados!
Um livro e/ou um filme que vale a pena ser lido e/ou visto. Assista, inspire-se e faça valer a pena.
Não se esqueça: Foco, força e Fé.

Até a próxima.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

É preciso saber aproveitar o momento oportuno


 Bom dia amigos da blogosfera. Sejam todos bem-vindos. Como estão a saúde financeira e a mental? Espero que esteja a todo vapor.
Esse mês o Blog Mente Sã Bolso São faz 2 anos de vida! Parabéns para nós e especialmente para vocês que nos acompanham. Não tivemos a oportunidade de comemorar com vocês essa data ... então veio à mente o assunto: Oportunidade! E como o segundo texto do mês é tema livre ... vamos lá! 
Porque tantos reclamam que não tem oportunidades enquanto outros parecem que andam em sua companhia?
Kairós, o deus das oportunidades
Kairós, o deus da oportunidade, era filho de Zeus - o deus dos deuses e de Tykhé, a divindade da fortuna e prosperidade. Descrito como um belo jovem caracterizado por possuir cachos de cabelo apenas sobre a testa, sendo calvo na parte de trás da cabeça (em uma alusão às oportunidades que só podem ser devidamente capturadas quando vêm ao nosso encontro, nunca depois que já passaram), asas nas costas e nas pernas (pois o momento favorável é sempre rápido e fugaz) e uma navalha na mão.
Não basta tentar “caçar” a oportunidade, é também preciso fazê-lo com virtude e habilidade ou a tentativa pode facilmente ferir e ser até fatal – quando a oportunidade vira tragédia.
Era um atleta e tinha uma agilidade incomparável. Resplandecente e com a flor da juventude. Se assemelhava a Dioniso; tinha as bochechas vermelhas e a pele delicada.
Sempre sem roupas, ele corria rapidamente e só era possível alcançá-lo agarrando-o pelo topete, ou seja, encarando-o. Depois que ele passava, era impossível perseguí-lo, pegá-lo ou trazê-lo de volta. Na entrada do estádio em Olímpia havia dois altares: um era consagrado a Hermes, que simbolizava os jogos e o outro era consagrado a Kairós, que simbolizava a oportunidade.
Não basta tentar “caçar” a oportunidade, é também preciso fazê-lo com virtude e habilidade ou a tentativa pode facilmente ferir e ser até fatal – quando a oportunidade vira tragédia.
Entre os romanos era chamado de Tempus, o breve momento em que as coisas são possíveis. Kairós tinha o poder do movimento rápido que podia passar despercebido aos olhos desatentos, tornando impossível recuperar a visão de sua passagem. Dada à sua natureza difícil, raramente proporcionava uma segunda chance. Na filosofia grega e romana é a experiência do momento certo e oportuno. Kairós era o tempo em potencial enquanto kronos era a duração de um movimento e uma criação.
Kronos, era descrito como o velho, o Senhor do tempo, das estações, da pressão das horas ordenadas pelo relógio e pelos dias, meses e anos determinados pelo calendário. Cruel e tirano, Kronos controlava o tempo desde o nascimento até a morte, aquele tempo comum, real, visível e rotineiro. O Tempo kronos era o ditador da quantidade de coisas realizadas durante o dia, o tempo burocrático, o tempo humano, o tempo que nunca é suficiente, o tempo que escraviza, preocupa e estressa. Kronos deu origem ao cronômetro e aos medidores do tempo, o tempo dos homens.
Kairós era descrito como um jovem que não se importava com o relógio, o calendário e o tempo cronológico. Kairós era o tempo que não podia ser cronometrado, o tempo que não pertencia a Kronos porque não era previsível, apenas acontecia, por isso chamado de momento ou oportunidade. É o tempo divino que o vento traz, a vida conspira, decide acontecer sem tempo, sem hora marcada, se manifesta instante a instante e permanece eterno. Kairós marca os momentos que se tornam eternos, ainda que tenham sido breves. Os gregos acreditavam que com Kairós poderiam enfrentar o cruel tirano Kronos.
Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: Khronos e Kairós. Enquanto Khronos faz referência ao tempo cronológico, sequencial, o tempo que se mede, Kairós é o momento indeterminado no tempo, em que algo especial acontece, a experiência do momento oportuno.
Vivemos no contexto de Kronos, do tempo linear, o tempo que corre sempre para frente. Observamos a nossa idade avançar, o desenrolar de acontecimentos, mudanças, declínios e ascensões. Este é o tempo de Kronos, sempre implacável: algumas vezes cruel, outras vezes benigno, que dita o nosso tempo de vida. Estamos tão condicionados à necessidade de cumprir as expectativas do tempo imposto pelo relógio, que não nos permitimos ser naturais: tornamo-nos mecanizados pela força do tempo que exige de nós cada vez mais tempo.
Kronos nos torna menos humanos e nos torna mais máquinas, porque está sempre ao nosso encalço exigindo pontualidade, estabelecendo ritmos e metas. Máquinas enferrujam enquanto as pessoas envelhecem. Desde pequenos somos condicionados a Kronos para sermos aceitos, Kronos é severo e amedrontador que receamos ser devorados por ele. Pagamos um alto preço para cumprir as normas do tempo, deixamos de ser quem somos, repetimos trabalhos dia após dia até que aposentando, somos arremessados à depressão do nada fazer.
Em nossa vida estamos sempre lutando contra o tempo tentando distribui-lo entre as nossas diversas atividades diárias. A sensação de estar perdendo tempo com alguma coisa, seja no trabalho ou em um relacionamento, mostra a nossa preocupação com o tempo que escorre e nos deixa insatisfeitos. É o tempo que utilizamos para atender as expectativas externas e mesmo que queiramos otimizar o tempo, não garante a nossa felicidade. Porque para nos sentirmos felizes, é preciso mais do que usar o tempo com eficiência.
Kairós está relacionado à qualidade do tempo vivido, um tempo divino, presente nos momentos especiais e inesquecíveis, que não se perdem no tempo do calendário. Ele flui, vai e retorna marcando os momentos emocionantes. Refere-se a um instante, ocasião ou momento, que deixa uma impressão forte e única por toda a vida. Por isso, Kairós refere-se a uma experiência atemporal na qual percebemos o momento oportuno em relação à determinada ação.
Quantos momentos Kairós deixamos de viver, por estarmos preocupados com o tempo Kronos: o primeiro sorriso de um filho, uma mão estendida no momento oportuno, o abraço confortante no momento de tristeza, um carinho que arranca a tristeza do coração em um momento de infelicidade. São muitos momentos Kairós, que apesar de breves, fazem a diferença. Quantos momentos Kairós são lembrados depois que alguém se foi e, independentemente do tempo Kronos que tenhamos vivido com essa pessoa, são os momentos Kairós que deixam as lembranças inesquecíveis.
São as recordações dos momentos Kairós que nos fazem sentir saudade. Quando estamos vivendo os momentos Kairós queremos que Kronos permaneça imóvel, porque queremos que o tempo pare para eternizar o momento. O momento passado é único mas pode ser revivido quando se fecha os olhos para senti-lo novamente. E por permitir sentir novamente, ele também se relaciona ao ressentimento, que é a face negativa de Kairós.
Trazendo o mito de Kairós para o nosso passado, certamente iremos constatar que muitas vezes o tempo das oportunidades se fez presente e o deixamos escapar. Bons negócios, possibilidades de estudos e relacionamentos, chances de perdão e reconciliação, são algumas das aberturas que ocorreram, que poderiam ter atenuado a implacabilidade de Khronos. Este sempre segue o seu curso, não obstante nossas perdas ou ganhos.
Quando vivemos no tempo Kairós aumentam as oportunidades em nossa vida. Basta repensar como surgiram nossas melhores oportunidades: de certa forma, estávamos desprogramados das exigências do tempo cronológico. Para os gregos Kronos representava o tempo que faltava para a morte, um tempo que se consome a si mesmo. Por isso, seu oposto é Kairós: momentos afortunados que transcendem as limitações impostas pelo medo da morte.
Sempre que agimos sob o tempo kairós, as coisas costumam dar certo porque sabemos a hora certa de estar no lugar certo. Por exemplo, quando estamos quase desistindo de algo e resolvemos dar um tempo para a pressão, do nada surgem as pessoas certas que nos ajudam com soluções reais e práticas. Agir no tempo regido por Kairós é similar a um ato mágico. Kairos é o tempo oportuno, livre do peso de cargas passadas e sem ansiedade de anteceder o futuro. Ele se manifesta no presente, instante após instante.

Oportunidade... Eis a palavra que mais ouço as pessoas insatisfeitas pronunciarem.
·                   "Ainda não tive a oportunidade",
·                   "Se Deus quiser, esta oportunidade vai chegar",
·                   "Faltam oportunidades de crescimento...".
A oportunidade (ou a ausência dela) é a desculpa mais comum para as pessoas ficarem onde estão. A oportunidade é vista por essas pessoas como algo externo, e quando dizem isso, os criadores de desculpas, no fundo estão se consolando: "Tudo o que eu poderia fazer eu já fiz, agora dependo da sorte...". O que a maioria das pessoas não percebe é que a oportunidade é uma circunstância criada por cada um de nós. São nossas ações frente a um problema, uma dificuldade ou limitação que transformarão este descontentamento em oportunidades.
Criar oportunidades está relacionado com buscar a excelência profissional e pessoal, sair da média, reconhecer falhar e praticar iniciativa. Quando colocamos em prática estas ações, as oportunidades aparecerão indubitavelmente.
Em uma conversa de bar, um amigo disse:
"Não sei mais o que fazer, busco uma oportunidade de promoção em minha área há mais de um ano. A empresa não valoriza o colaborador, e quando há possibilidade de promoção abre-se seleção interna e externa, e em quase 90% dos casos, alguém de fora é contratado."
Compreendo perfeitamente a decepção. Mas é importante que você saiba que mais do que buscar uma oportunidade na sua empresa, para alcançar este crescimento, a empresa precisa ver uma oportunidade em VOCÊ. Se nas seleções, pessoas de fora são contratadas e você realmente é capacitada para a promoção, só pode ser por um destes dois motivos:
1.          Você não está mostrando verdadeiramente toda sua capacidade, conhecimento, força de vontade, iniciativa e disposição. Está perdendo a oportunidade de mostrar o que sabe.
2.          A empresa não tem política de promoção baseada na meritocracia ou não consegue, apesar de todo o seu esforço, reconhecer todo o talento e todas as vantagens em ter você nesta nova posição. Neste caso, quem está perdendo a oportunidade é a empresa, afinal em algum momento, alguém vai perceber sua competência. E esse alguém pode até ser o concorrente.
O fato, é que em ambos os casos, há perdas. Por isso, não podemos deixar de reconhecer a oportunidade que temos todos os dias de ser o melhor naquilo de fazemos, e sempre que possível, mostrar que fazemos bem feito. Assim seremos vistos como verdadeiras oportunidades pelas pessoas que nos cercam.
Diante dos obstáculos, sempre temos a oportunidade de fazer o melhor e seguir em frente. O erro é uma oportunidade para encontrarmos o caminho do acerto, e o fracasso uma oportunidade de buscarmos um caminho com mais segurança.
Tenha sempre em mente que: Hoje é o melhor dia da sua vida para ser o melhor profissional, o melhor pai, a melhor mãe, o melhor amigo. Mas como temos esta oportunidade todos os dias, deixamos o melhor para amanhã. Um amanhã que nunca chega, pois, a oportunidade se situa somente no momento presente."
A propósito, Kairós é representado por uma figura que tem uma trança na testa e é careca na nuca, para nos lembrar:
"Só podemos agarrar a oportunidade quando ela está vindo, pois depois que passou não temos mais onde segurá-la".
Esse tempo mágico ou oportuno é um convite para nos despojarmos da razão exagerada, cronológica e voltarmos a brincar com o tempo e vivê-lo com leveza e intensidade. O espírito infantil é livre para aprender, criar e pode resgatar a busca da compreensão da totalidade humana. O arquétipo da eterna criança deve encontrar acolhida em nossos corações para que possamos prosseguir na travessia de nossas vidas, aprendendo sempre ou pelo menos tentando, como um eterno aprendiz. (lembrei até de uma música do Gonzaguinha – O que é, o que é?)
Quer uma oportunidade para colocar tudo isso em prática? Vamos lá, este é o momento - agarre-o agora, porque depois... Só a nuca careca...
A única pessoa que pode impedir seu crescimento é você mesmo!
Não se esqueça: Foco, Força e Fé.
Até a próxima

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Ausência de Relação

Salve galera, sejam bem vindos de volta! 

Esse mês eu pretendia dar continuidade ao meu último texto por aqui e falar das 'dívidas ruins', entretanto acabei decidindo  pegar uma carona na efeméride e redigi um texto que guarda total ausência de relação com a publicação passada. Escrevi sobre independência.

Fui até o dicionário para buscar o significado e encontrei 3 que cabem perfeitamente à curta mensagem que quero passar hoje, quais sejam:

independência
substantivo feminino
1.
estado, condição, caráter do que ou de quem goza de autonomia, de liberdade com relação a alguém ou algo.
"i. individual"
3.
caráter daquilo ou de quem não adota ideias preestabelecidas, não segue as regras e os usos correntes.
"a i. da arte e do artista"
6.
boa condição material; bem-estar, fortuna, prosperidade.
"trabalhou muito para conseguir a sua i."

E trazendo para as finanças não é diferente. Aqui no Mente Sã, Bolso São o nosso objetivo final é levar você até a independência financeira; um estado em que não tenha mais que depender de ter um emprego para conseguir bancar suas necessidades básicas.

Não será fácil trilhar esse caminho para alcançar o bem-estar, pois, assim como sugere o dicionário, será necessário trabalhar muito para conseguir sua independência financeira.

E algumas (ou muitas) vezes o que vamos postar aqui vai lhe fazer sentir-se como indo contra a corrente. Mas faz parte; nessa jornada nós não temos de seguir as regras de consumo e nem as ideias preestabelecidas de que para ser é preciso ter.


Como eu disse, essa é apenas uma mensagem rápida. Não quero que você gaste seu feriado aqui lendo um texto gigante.

No próximo post começo a explicar de modo mais completo o conceito de Independência Financeira e também pago a minha dívida de falar sobre dívidas ruins.

Um grande amplexo e aproveitem o feriadão.


Ah! O que significa, para você, ser financeiramente independente? Conta pra gente aqui nos comentários 😉




segunda-feira, 16 de julho de 2018

Antes do Mickey

Salve galera!  Sejam muito bem-vindos de volta.

A dica de hoje é o filme 'Walt antes do Mickey', que está disponível na Netflix.


O longa conta a história do criador do Mickey desde sua infância até o momento em que as coisas começarem a dar certo. Não quero contar muito sobre o roteiro que é para não dar "spoiler", mas é uma bela história sobre ter um sonho e acreditar nele.

Agora, aviso de antemão para que não fique esperando assistir uma mega produção hollywoodiana, pois assim você irá se decepcionar. O filme, produzido por Arthur Bernstein e Armando Gutierrez, tem um ar mais simplista e com uma suavidade que me cativou bastante, dando uma humanidade muito grande às personagens e trazendo um ar de 'vida real'.




Muitas vezes olhamos para um quadro e nem imaginamos todo o trabalho para pintá-lo e com a Disney não é diferente. "Pintar" o império Disney não foi nada fácil, mas Walt acreditou no seu talento e foi atrás de seu sonho e por isso mesmo serve tão bem de inspiração para nós.

Na caminhada para o sucesso é preciso ter em mente que passaremos por momentos de altos e baixos, teremos vontade de desistir, algumas vezes teremos de fazer escolhas difíceis e abrir mão de algumas coisas e, principalmente, reconhecer nossas limitações e ter humildade para pedir ajuda.

Por isso, não desista de seus sonhos logo na primeira dificuldade. Insista e persista e siga em frente, pois, quem sabe, seu sonho pode te levar a ser um Disney.

Espero que assistam ao filme e voltem aqui para me contar se sentiram inspirados.

Um amplexo e até a próxima!

domingo, 1 de julho de 2018

A Dívida Boa


Salve galera!!! Sejam muito bem-vindos de volta!

Estamos no meio da Copa do Mundo e acho que não seria surpresa se eu dedicasse esse artigo para falar somente sobre futebol. O que até poderia acontecer, no Espaço Mente Sã, não fosse a minha total falta de habilidade em escrever sobre o tema. Mas estou aqui hoje para falar sobre dívidas.



Quando ouvimos a palavra dívida, logo entramos em desespero e pensamos naquelas contas atrasadas em que incidem juros, que só fazem o montante crescer. E geralmente é isso mesmo.

Sempre falamos aqui da importância de manter as contas em dia e evitar ao máximo as dívidas pois elas podem destruir todo o seu patrimônio, mas você sabia que tomar dívida pode ser também algo positivo?

Sim meus amigos, em alguns casos específicos se endividar pode ser uma solução para seu problema.

  • Então… você está dizendo que vale a pena se endividar? É sério isso?
Pode ser que sim, mas geralmente não.

Por mais que seja contrário ao senso comum, tomar dívida pode sim ser bom, e até necessário, para ajudar no nosso crescimento ao longo da vida, pois existem muitas coisas as quais dificilmente teríamos acesso se não fosse através de dívida boa.

Além disso, quando utilizado corretamente, o crédito ajuda a melhorar o 'score' junto as instituições financeiras, possibilitando conseguir melhores taxas em uma negociação e/ou melhorar sua relação com os bancos, e assim ter acesso a mais e melhores produtos por eles oferecidos.

  • Você sabe o que é uma dívida boa?
Uma dívida boa é aquela que vai te agregar valor e possibilitar aumentar de renda no médio ou longo prazo. Um bom exemplo de dívida boa é o financiamento estudantil. Através da educação você obtém qualificação para conseguir uma promoção no trabalho ou até mesmo um novo emprego que irá te pagar mais. Ou ainda desenvolver habilidades para iniciar ou melhorar o seu negócio próprio.

Para identificar se uma dívida é boa ou não, algumas perguntas podem ser feitas a si mesmo, como:

- A dívida irá se pagar no futuro?
- As taxas de juros são muito altas?
- As parcelas cabem no meu orçamento?
- Essa dívida vai me fazer crescer?
- Realmente preciso assumir essa dívida agora?

Se a resposta para todas essas perguntas for SIM, então é muito provável que a dívida seja benéfica.




  





Outras ocasiões em que pode ser interessante contrair uma dívida são:

- Para se livrar de dívidas ruins:

Algumas vezes erramos a mão e acabamos por assumir dívidas com uma taxa de juros elevada e parcelas que comem boa parte do nosso salário. Nesses casos vale a pena negociar uma condição melhor com o credor ou até mesmo tomar um empréstimo com um novo credor para quitar todas as dívidas em aberto.

Mas fique bem atento para que essa nova dívida tenha taxas menores que a anterior e que as novas prestações caibam no seu bolso sem maiores problemas. Afinal o objetivo aqui é tirar a corda do pescoço e não somente trocar o nó.

Obs.: Em termos práticos, vale a pena tomar um consignado para pagar uma financeira ou até mesmo emprestar de uma financeira para quitar o cartão de crédito e cheque especial.

- Para crescer seu patrimônio

Embora alguns especialistas discordem, eu defendo que vale a pena contrair uma dívida para a compra de um imóvel próprio. Na ponta do lápis e rabiscado no papel é indubitavelmente mais vantajoso poupar para comprar a vista.

Entretanto, além do fator cultural – o sonho da casa própria – não é todo mundo que tem a disciplina necessária para todos os meses depositar uma quantia X em determinada aplicação financeira.

Conta como ponto positivo para o financiamento habitacional as baixas taxas de juros incidentes e também a possibilidade de usar o FGTS como entrada ou posteriormente para abater o saldo devedor. Outra possibilidade é juntar uma grana para antecipar uma quantidade X de parcelas de uma só vez (5 ou 10 ou mais) e assim diminuir o prazo do financiamento.

A compra de um veículo financiado também pode ser uma dívida boa, desde que esse veículo seja utilizado para lhe gerar uma renda superior aos gastos mensais com ele (e aqui você deve considerar as prestações, o seguro, o combustível, a manutenção, a depreciação e a conservação).



Pudemos então aprender que através de um bom planejamento e sempre levando em conta os benefícios e os custos – atenção: os benefícios devem sempre ser maiores que os custos – fazer uso do crédito é uma opção para alavancar nosso crescimento. Mas lembre-se sempre que dívidas são aceitáveis somente para o seu crescimento. Fora isso toda e qualquer situação de endividamento deve ser evitada.

Espero que tenham gostado do texto. No próximo venho falar das dívidas ruim e como podemos resistir a tentação de nos entregarmos a elas.


Um grande amplexo!

terça-feira, 15 de maio de 2018

"É inacreditável o quanto você não sabe do jogo que tem jogado a vida toda"



Bom dia amigos da blogosfera. Sejam todos bem-vindos. Como estão a saúde financeira e a mental? Espero que esteja a todo vapor.
É um clichê dizer que a vida imita a arte e isso se prova quando encontramos filmes inspiradores como esse "O homem que mudou o jogo" (MoneyBall).
O filme é baseado na história real de Billy Beane, contada no livro de Michael Lewis. Nele, o autor relata como Beane conseguiu levar o modesto time do Oakland Athletics a elite do beisebol americano.
Apesar de ser um filme que retrata um esporte pouco conhecido e apreciado pelo público brasileiro ele poderia ser muito bem aplicado no futebol, basquete, vôlei ou qualquer esporte coletivo onde necessitamos que as pessoas colaborem em prol de objetivo comum.
E mais, as reflexões e discussões geradas por ele são universais!
A temática básica do filme é como resolver um problema de forma inovadora. No filme, essa temática se passa no ambiente do baseball, mas a ideia central pode ser aplicada em qualquer situação no qual nos deparamos com um problema que parecesse sem solução.
A história narra o orçamento medíocre que Billy Beane tem em mãos para competir com equipes milionárias da Major League e como ele consegue reverter essa situação levando o time aos playoffs.

1 – Faça a pergunta certa!
As lições colocadas no filme vão muito além da emoção da telona, da pipoca e da companhia no cinema. Para encararmos o problema de frente, precisamos antes fazer as perguntas certas. Qual o real problema? O que precisamos para competir ou para conquistar ou minimizar defeitos de uma equipe?
Essa foi a primeira lição do filme:
Não tomar decisões sem antes temos as perguntas corretas.

2 – Liderança!
Com orçamento apertado e sem apoio o suficiente para brigar com os milhões de dólares das principais equipes, Beane (com a ajuda do seu assessor) define uma nova filosofia para montar equipes. Jogadores desacreditados (e com baixo valor de mercado) têm estatísticas que mostram que são atletas competentes em determinados fundamentos.
Ele extrai de cada um, aquilo que um líder deve fazer.
·                    Objetivo claro!
·                    Correção de erros e
·                    Maximização das potencialidades de cada um dentro do jogo.

3 – Quebra de paradigmas!
Ao observar seus melhores jogadores serem vendidos para os seus rivais, Beane não consegue achar substitutos que mantenham a qualidade do time. Os jogadores completos são muito caros, portanto, indisponíveis para seu time que não tem muitos recursos financeiros. Ele conhece e contrata o analista Peter Brand que tem uma ideia inovadora: utilizar estatísticas e contratar jogadores que são excepcionais em alguma característica, mas, no geral, são jogadores comuns. Ao se colocar os jogadores certos nas posições certas, as deficiências individuais seriam suprimidas pela força do conjunto.
Este novo modelo é totalmente contra o modelo vigente no qual as contratações eram realizadas por olheiros que indicavam um jogador pelo olhar técnico adquirido por anos de experiência e por intuição. Ele encontra uma solução nova para um problema crônico e recorrente. Ao tentar essa nova abordagem ele está justamente “pensando fora da caixa”.
Como muitas ideias inovadoras, elas podem se chocar com o modelo tradicional. E muitos conservadores podem considerá-las ser pura insanidade. No filme, Beane sofre este preconceito e por acreditar e insistir nessa ideia, quase é demitido. Apesar das dificuldades, ele insiste no modelo, analisa o que está errado e corrige, até finalmente conseguir os resultados previstos.
Fazer as perguntas certas e ter o espirito de liderança, não significa muita coisa senão enfrentarmos todos aqueles que contestam e desacreditam em seu projeto. Foi isso que o Billy faz ao apostar na estratégia nunca antes utilizada em um mundo onde o "feeling" sempre foi a aposta mais alta.

Porque devo assistir ao filme?
"O homem que mudou o jogo" (Moneyball) foge de boa parte dos clichês dos filmes que falam sobre esporte. A começar pela escolha do personagem principal. O filme não conta a história de superação do astro do time. Mostra sim a saga do dirigente Billy Beane, interpretado por Brad Pitt.
Enxergo nos exemplos muito mais do que um time de futebol, vejo exemplos para vida. Faz pensar que mais do que vencer, temos que pensar em mudar o jogo!
A primeira frase dita por Michey Mantle na abertura do filme (é inacreditável o quanto você não sabe sobre o jogo que jogou a sua vida toda!) é um convite a reflexão.
Fez lembrar a teoria sobre os jogos que vivemos na vida, quando o foco é vencer todos aqueles internos que nos deparamos. Os jogos externos são aqueles que estão para serem vistos por todos, mas os internos são jogados apenas por nós mesmos. Nem todos que vencem os jogos internos se tornam vitoriosos na vida, mas todos os grandes vitoriosos são, anteriormente, vencedores desses jogos internos.
Um filme que vale a pena ser visto, mesmo para quem não entende nada de baseball. Assista, inspire-se e faça valer a pena.
Não se esqueça: Foco, força e Fé.

Até a próxima.