quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Não se constrói nada parado...

Salve galera, bem-vindos de volta!


Caramba! Nem bem me recuperei do réveillon e o carnaval já está na porta.
Isso é só comigo, ou vocês também acham que o tempo está passando mais rápido?

Okey que esse ano o carnaval vai acontecer mais cedo, porém constantemente eu tenho a sensação de que as horas estão a durar menos de 60 minutos. Em parte isso até pode ser verdade, pois um estudo preliminar da NASA, de 2005, realizado pelos cientistas Dr. Richard Gross (NASA's Jet Propulsion Laboratory) e Dr. Benjamin Fong Chao (NASA's Goddard Space Flight Center), revelou que eventos como terremotos e tsunamis deslocaram o eixo da Terra, alterando sua velocidade de rotação e fazendo que os dias encurtem em 2,68 microssegundos (https://goo.gl/F1hnrb). Mas antes que o olho se feche e reabra, numa piscadela, esse tempo já transcorreu. 

Então, para mim, essa sensação de dias mais curtos está ligada a tecnologia e em como ela faz a vida funcionar mais rápido. Sabe, quando eu era menino para se ter acesso as notícias você precisava comprar o jornal pela manhã ou assistir aos telejornais em horários determinados. Agora, com a internet, a todo segundo temos uma atualização dos acontecimentos e para ter mais notícias para disponibilizar, os jornalistas tem menos tempo para apurar os fatos.




As prioridades também fazem o dia parecer mais curto. Começamos a trabalhar num projeto e ai paramos para verificar a caixa de e-mail (Opa! Chegou coisa aqui, deixa eu ler…[e eventualmente responder também]); olhar o Whatsapp (Ih! Deu “treta” no grupo da família) ou dar uma passada no Instagram (Caramba, fulana já está viajando de novo! Olha só que lugar lindo!). Uau! Mas já está na hora do almoço e eu não fiz nada. O dia hoje está voando. 😱

Com as finanças é rigorosamente igual.  A gente promete sentar para organizar as contas, anotar os gastos, estudar sobre investimentos e fazemos um monte de outras coisas até perceber que o plano de aprender mais sobre finanças está parado. 

Mas você que nos acompanha já sabe que não se constrói nada parado.

Já mostramos um orçamento familiar (https://goo.gl/85LYF9), falamos da maravilha dos juros compostos (https://goo.gl/5q7pvS), explicamos o porque de não deixar o seu dinheiro na poupança (https://goo.gl/Jt6cY1) e até ensinamos como abrir conta em uma corretora de valores para ter acesso a melhores investimentos e melhores taxas (https://goo.gl/u8jKab).

E hoje vamos falar do Tesouro Direto. Uma das minhas resoluções para esse ano novo foi de levar pelo menos 25% dos nossos 3 ou 4 leitores para esse investimento. Vamos lá...


O que é

É um programa do Tesouro Nacional¹, lançado em janeiro de 2002 e que foi criado com o objetivo de tornar acessível a compra e a venda de títulos públicos por pessoas físicas, através da internet. Antes da criação desse programa, as pessoas físicas só conseguiam aplicar nos títulos públicos de maneira indireta, ou seja, através de fundos de renda fixa (fundos que constituem a maior parte de sua carteira de investimentos em títulos públicos).

Entretanto esses fundos possuíam altas taxas de administração, o que baixava a rentabilidade dos títulos públicos e os transformava em um investimento pouco atrativo.


Como Funciona

Mais ou menos como se fosse um empréstimo. Você “disponibiliza” um valor para o governo federal e este se compromete a pagar depois de um determinado prazo (que pode ser de alguns anos ou até mesmo décadas, dependendo do título que você escolher), com uma taxa de juros que pode ser pré-fixada (definida antes mesmo da compra) ou pós-fixada (flutuante, atrelada a algum indicador).


Como Investir

A compra de títulos pode ser realizada diretamente no sistema do Tesouro Direto, mas para isso é necessário que você possua uma conta de investimentos – que pode ser aberta diretamente no seu banco ou em uma corretora independente.

Caso tenha dúvidas sobre como abrir uma conta de investimento, basta fazer o download de nosso e-Book e seguir o passo a passo. Não tem mistério e é bem rapidinho. Só clicar aqui → https://goo.gl/HcKop1


Quanto Investir

Hoje, no dia em que escrevo esse texto, é possível começar a investir com apenas R$ 30,44. Isso mesmo, com apenas trinta reais e quarenta e quatro centavos você já consegue comprar 0,03% do título Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2027. Um título que tem um rendimento anual de 9,88% e que a cada seis meses paga um cupom de juros.

Isso é possível pois o Tesouro Direto permite a compra fracionada de seus títulos, desde que o valor mínimo não esteja abaixo de R$ 30,00. Ou seja, não ter dinheiro para comprar um título inteiro não é desculpa para deixar de investir.

Em tempo: o título inteiro de menor valor disponível no momento em que escrevo esse artigo – Tesouro Prefixado com Vencimento em 2023 – custa R$ 636,66.


Quanto Rende

O rendimento vai variar de acordo com o título escolhido, mas em termos gerais dá para dizer que a rentabilidade do Tesouro Direto varia de acordo com a Selic.

Se você tiver curiosidade e quiser brincar um pouquinho, pode clicar nesse link aqui → https://goo.gl/pVXX5N e avançar até o simulador do tesouro direto para sabe o quanto renderia os seus investimentos.


Quem Garante

O Governo Federal é quem dá garantia ao Tesouro Direto, independente do valor investido. Entendo que deve passar uma sombra de preocupação agora na sua cabeça com medo de que possa rolar um calote ou confisco, e eu diria que é natural esse medo. Mas tenha calma querido leitor, pois se isso acontecer aqui é porque todo o sistema já está quebrado. Assim sendo, o Tesouro Direto se mostra como uma das aplicações mais seguras disponíveis no mercado, sendo mais seguro que o CDB, a LCI ou a LCA, que são asseguradas pelo FGC² ou a poupança mantida em um banco privado.


Quais os Riscos

São dois, o Risco de Mercado e o Risco de Crédito.

O Risco de Mercado é basicamente a variação de preço que o papel sofre, pois apesar de ser classificado como Renda Fixa, os títulos do Tesouro Direto tem o seu valor oscilando quase que diariamente. Essa oscilação acontece por causa da taxa básica de juros da economia – Selic.

Deixa eu explicar melhor: se por acaso você precisar vender o seu título antes do prazo de vencimento, terá que vendê-lo pelo valor que o mercado estiver disposto a pagar naquele momento. E pode ser que esse valor esteja abaixo da rentabilidade contratada, o que consequentemente vai fazer você perder dinheiro. Por isso, é muito importante sempre tentar casar o vencimento do título com os seus objetivos, para que você consiga carregá-lo até o final.

Mas como (quase) tudo na vida tem dois lados, a oscilação de valores e a venda antecipada também podem lhe fazer ganhar algum dinheiro. Pode ser que no dia em que você coloque seu título a venda a taxa de juros da economia esteja oscilando de maneira a te entregar uma rentabilidade acima da contratada. Isso é mais possível de acontecer com os papéis pós-fixados, pois a oscilação deles é bem menor e o efeito costuma ser positivo.

O Risco de Crédito é o chamado risco de calote e aqui acho que não tem muito o que explicar. Acho que todo mundo já levou calote alguma vez na vida.

Mas o risco do país entrar em default (é assim que os economistas chamam o calote) é necessário que esteja acontecendo uma crise muito, mas muito grave. Se por acaso o dinheiro estiver perto de acabar e o risco de não conseguir arcar com as obrigações financeiras for real, o governo ainda pode recorrer a medidas como aumentar os impostos e/ou emitir mais moeda.

Ah! E só pra saber, se algum dia o default chegar a acontecer, saiba que os bancos, as instituições financeiras e a bolsa de valores já terão quebrado.


Quanto Custa

Investir no Tesouro tem um custo que é a somatória de algumas taxas, que são:

  • Taxa de Custódia – é a taxa cobrada pela BM&FBovespa para guardar seus títulos. Essa cobrança ocorre sempre no primeiro dia útil dos meses de janeiro e julho, ou então quando acontecer a venda do título ou o recebimento de juros semestrais.
O valor da taxa de custódia é de 0,30% ao ano sobre o valor investido. Ou seja, se você tiver R$5.000 aplicados, pagará apenas 15 reais em um ano. Cabe ressaltar que investidores com mais de R$1.500.000,00 em conta ganham isenção dessa taxa.

  • Taxa de Administração – é a taxa cobrada pela corretora de valores para cadastrar os investidores na BM&FBovespa, intermediar a transferência de valores e negociar títulos públicos.  Atualmente a maioria das instituições isentam seus clientes dessa cobrança, mas ainda é possível encontrar aquelas que cobram desde 0,06% até 2% ao ano, sobre o valor aplicado.

    Nesses casos, a cobrança do primeiro ano é feita antecipadamente – no momento da compra do título – e as demais ocorrem semestralmente, no primeiro dia útil dos meses janeiro e julho ou na data de venda do título. Saliento que se a venda acontecer antes de completar um ano com o título, o valor provisionado com antecedência não será devolvido.
  • Imposto de Rendaé cobrado de maneira regressiva – conforme a tabela abaixo – sobre os rendimentos auferidos. Ou seja, quanto mais tempo você ficar com o título, menor será a taxação.
Prazo                                       Percentual de Desconto        
até 180 dias                            – alíquota de 22,5%
de 181 a 360 dias                   – alíquota de 20%
de 361 a 720 dias                   – alíquota de 17,5%
acima de 720 dias                  – alíquota de 15%


Nota¹: Se o título chegar ao seu vencimento e você decidir por reaplicar o valor, tudo funciona como uma nova aplicação, com os prazos passando a contar do zero novamente.

Nota²: nos títulos que pagam cupons semestrais, a taxação sobre a rentabilidade será antecipada. Ou seja, o Imposto de Renda incidirá todas as vezes em que houver pagamento de juros. Assim sendo, indicamos sempre não optar por um desses títulos se o seu objetivo for reinvestir o valor do prêmio do cupom.

  • IOF – é o imposto sobre operações financeiras. Assim como o Imposto de Renda, o IOF também é cobrado de forma regressiva, porém suas alíquotas são mais agressivas e o seu prazo é bem menor. As alíquotas vão de 96%, para um dia de aplicação, até 0%, para 30 dias. Ou seja, após o trigésimo dia não há mais cobrança de IOF sobre os títulos.


Bom galera, espero que esse texto tenha conseguido esclarecer pelo menos as principais dúvidas sobre o Tesouro Direto e seja mais um incentivo para vocês aplicarem. Pretendo na próxima publicação aqui do Bolso São falar sobre os títulos do Tesouro Direto e assim encerrar esse tópico para que não haja mais medo desse investimento.


Se você está chegando agora, deixo aqui  https://goo.gl/Jt6cY1 o link do texto onde o Alexandre disponibiliza um e-Book explicando “Porque não investir teu dinheiro na poupança” e também o link para baixar o nosso material sobre “Como abrir uma conta em uma corretora de valores” → https://goo.gl/u8jKab. Dois excelentes materiais, de fácil leitura, e que complementam muito bem o artigo de hoje.

Um amplexo e mantenha-se vivo.


Em tempo: Se tiver uma dúvida, uma sugestão ou uma crítica, compartilha aqui conosco nos comentários. Essa é a melhor forma de saber se estamos seguindo com o blog pelo melhor caminho.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
¹ O Tesouro Nacional é uma Secretaria do Ministério da Fazenda, criada em 10 de março de 1986, por meio do Decreto nº 92.452, para assumir as atribuições da Comissão de Programação Financeira e da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Fazenda e que tem como missão gerir as contas públicas de forma eficiente e transparente, zelando pelo equilíbrio fiscal e pela qualidade do gasto público.

² O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, que permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, até determinado valor, em caso de intervenção, de liquidação ou de falência.