segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Escravos Modernos

Salve galera, bem-vindos para mais um texto.

Para escrever os textos anteriores precisei de alguma leitura e muita pesquisa e durante todo esse trabalho acabei passando pelo blog do meu mentor e guru - que não deve nem saber da minha existência - Leandro Ávila. Ao ler um de seus excelentes textos no Clube dos Poupadores (link) sobre algumas pessoas - nesse caso funcionários públicos - que chegam a ter 100% de sua renda comprometida, mesmo ganhando um salário muito acima da média da população, me veio a seguinte reflexão:


Será que a escravidão acabou mesmo?



Historicamente fomos ensinados que em 13 de maio de 1888,  Isabel Leopoldina de Bragança e Bourbon, a princesa Isabel, assinou a Lei Áurea, libertando as cerca de 700 mil pessoas que ainda vivam na condição de escravos, como sendo propriedade do senhor de engenho. Ato que levou a abolição da escravatura aqui no Brasil.

Essa escravidão de uma pessoa ser propriedade da outra oficialmente acabou e é proibida lei há mais de 130 anos, mas se lembrarmos que escravidão também remete à falta de liberdade, sujeição, dependência e submissão eu acho que não.

Eu acho que muitos de nós somos escravos do consumo e, mais ainda, do consumismo - que nos leva a dívida ruim, conforme texto de outubro (link) - e nos faz viver numa condição análoga ao do trabalho escravo. Infelizmente vira e mexe sai nos jornais que o Ministério do Trabalho junto com a Polícia Federal resgatou trabalhadores - em sua maioria estrangeiros - que se encontravam em condições de trabalho semelhante a escravidão, ou seja, que eram forçados a trabalhar em troca de moradia e alimentação e/ou para pagar as dívidas (abusivas) que adquiriram com aqueles que lhe trouxeram e empregaram.

Reparou alguma semelhança? Já parou para pensar que você pode ser um trabalhador escravo?

Ah, mas eu tenho direitos trabalhistas, carteira assinada, décimo terceiro, férias e até participação nos lucros. Como que eu sou um trabalhador escravo? Pirou de vez?

Não, eu não pirei. Pelo menos não mais que o normal. Meu grau de loucura continua o mesmo. Veja só, no trabalho análogo ao escravo as pessoas são forçadas a trabalhar para pagar por casa e comida e/ou pagar as dívidas que adquiriram, certo? E você hoje trabalha para que? Para onde vai toda a sua renda mensal? Você é 'forçado' a trabalhar ou pode a qualquer momento resolver tirar 6 meses de férias?

Eu espero que esses os dois ou três leitores que nos acompanham com assiduidade possam, pelo menos, responder que trabalham para alcançar a liberdade financeira e que ainda não conseguem tirar um semestre de férias mas que já iniciaram os planejamentos para chegar a esse ponto. Entretanto a maioria da população trabalha para comprar comida/aluguel e pagar as contas de consumo (fonte), exatamente como os trabalhadores escravos. A diferença é que essa escravização se dá de maneira voluntária.

Toda vez que a pessoa escolhe parcelar no cartão de crédito, tomar um empréstimo consignado, entrar no cheque especial, abrir um crediário etc... enfm, adquirir uma dívida ela está se colocando na condição de escrava das dívidas, está fazendo pesar cada vez mais o chicote dos juros e jogando para mais longe a chave que solta das amarras que permitem ser financeiramente livre.

Sabemos que em nosso país a educação financeira não é estimulada nem tampouco formalmente ensinada. Por isso a nossa missão com esse blog é compartilhar todo o conhecimento financeiro que adquirimos ao longo dos anos e evitar que vocês cometam os mesmos erros que já cometemos. Por isso, fique com a gente. Tentamos, todos os meses, trazer algum conteúdo que possa agregar no aprendizado e contribuir para que você amplie sua consciência e faça escolhas financeiras mais embasadas...enfim, para que pare de se colocar na condição de escravo financeiro e vire esse jogo, fazendo o dinheiro trabalhar para você através da maravilha dos juros compostos (aqui).

E se quiser receber nosso textos diretamente no seu e-mail deixa um comentário aqui abaixo com seu nome e e-mail que lhe incluiremos em nossa lista.

Um amplexo e até a próxima.
'Stay alive'


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Quanto mais cedo, melhor, porém se for ainda mais cedo é melhor ainda.

Salve galera!

Retornando para mais uma indicação literária no espaço 'Mente Sã'.

Peço desculpas pelo atraso na publicação do artigo. Confesso que meus planos para o texto desse inicio do mês estava completamente voltado para o "Bolso São", entretanto durante as pesquisas para compor dois textos anteriores (A Dívida Boa e Consuma com Moderação) - para ser mais preciso foi enquanto revisava o texto sobre as dívidas ruins, uns dias antes de publicá-lo - me deparei com um livro escrito pelo americano Jon Hanson, que se chama - vejam só - Dívida Boa, Dívida Ruim.

E aí, obviamente que fui atrás de comprar esse livro para saber qual seria a abordagem do autor para com o tema e, para minha imensa felicidade e satisfação, descobri que estamos no caminho certo nesse blog. É claro que para escrever nossos artigos lemos, estudamos e pesquisamos muito sobre os temas com a finalidade de trazer sempre uma informação crível e confiável para vocês - que não quer dizer que estamos imunes a falhas, aliás muito pelo contrário. Somos humanos e como tal erramos sim. Apenas trabalhamos para que os acertos sejam mais vultuosos e numerosos que os erros.

Enfim, o que eu queria dizer é que me traz imensa alegria descobrir, por acaso, que nossos escritos estão em consonância com as palavras de quem já é tarimbado no assunto. 😍

Mas chega de enrolação e vamos ao livro.


Em dez capítulos o autor consegue, de maneira leve e divertida navegar entre as dívidas boas e as dívidas ruins mostrando como elas são capazes de influenciar em nossa vida.

Ao longo do texto ele faz alguns comparativos entre a saúde financeira e saúde física, como quando faz um trocadilho com dívidas e diabetes criando o termo dividabetes. Jon Hanson também faz uma classificação das pessoas em dois perfis financeiros: Os Consumerati e os Econo-Sábios.

O primeiro grupo, os Consumerati, são aqueles que vivem no limite de suas posses e em geral nunca pensam no futuro. Já o grupo dos Econo-sábios aje o hoje pensando em como isso afetará o futuro.

Segundo o autor, cada grupo tem três características preponderantes e também opostas, que levam a felicidade duradoura (Econo-sábios) ou a felicidade temporária (Consumerati).

Características dos Econo-sábios:
Disciplina - Dilação - Discernimento

Características dos Consumerati:
Indiferença - Imediatismo - Ignorância

Seguindo pelas páginas, logo chegamos nas consequências das dívidas:

  • Perda de Liberdade
  • Perda de Fluxo de Caixa
  • Perda de Tempo
  • Perda de Oportunidades
Na sequência o autor aborda temas como o controle emocional, o adiamento do prazer de consumo, o casamento e até mesmo a morte - "E se você não morrer?" é o título do capítulo.

E para complementar o bom humor empregado no livro, o autor ainda concebeu umas charges para ilustrar o inicio de cada capítulo e rechear alguns capítulos.



É um bom livro que, através de histórias pessoais do autor, consegue fazer atentar para pequenas (e grandes) questões do dia a dia e principalmente (re)pensar em como agimos no agora e quais os resultados desses atos no futuro. Como diz Hanson: "Quanto mais cedo, melhor, porém se for ainda mais cedo é melhor ainda".

Um grande amplexo e até a próxima!
'Stay alive'

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Serviço:
Título = dívida Boa, dívida Ruim
Autor = Jon Hanson
Editora = Best Seller
ISBN = 978-85-7684-120-3
Lançamento = 2005
Páginas = 253