quarta-feira, 1 de março de 2017

Vou ensinar-lhe a ser Rico - parte 3


Seja bem vindo de volta meu amigo da blogosfera. Como foi o carnaval aproveitou bastante? E a saúde financeira sobreviveu ou as finanças viraram pó nesta quarta feira de cinzas?
Sei que as coisas já estão melhores, pelo menos você já sabe onde está errando e pode resolver. Antes de prosseguir devo lembrar que este já é o terceiro post e se você não leu os anteriores peço que, por favor, o faça. Para ler o primeiro basta clicar aqui e para ler o segundo texto, basta clicar aqui
Combinamos que iríamos debater o orçamento no vermelho, entretanto, teus dados estão bem organizados? Vamos a uma breve revisão de como fazer um orçamento mensal.

1. Anote suas receitas e despesas
Comece anotando todas as suas receitas e despesas. Reserve uma pequena parte do seu tempo para registrar todos os seus gastos diários e torne isso um hábito.

2. Agrupe as receitas e despesas
Agrupe as despesas e as receitas do mês em categorias. É importante que, de tempos em tempos (pode ser uma vez por semana), você agrupe essas despesas em categorias. Por exemplo: gastos com conta de luz, gás, aluguel, podem ser agrupados em uma categoria de despesa chamada “Habitação”. Gastos com supermercado, padaria, feiras podem ser agrupados como “Alimentação”. Uma possibilidade de categorias de agrupamentos seria: Habitação, Alimentação, Saúde, Educação, Transporte, Vestuário, Lazer e Financeiro. Isso permitirá a você saber, no fim do mês, exatamente de onde seu dinheiro veio e com que ele foi gasto.

3. Analise a situação com atenção
Ao terminar o mês, organize os grupos de receitas e despesas que você criou.  Nesse momento, forma-se um retrato fiel de como você adquire renda (recebe dinheiro) e de como gasta seu dinheiro ao longo de um mês (gera despesas). Com os dados já organizados é possível ver se o que você recebe está sendo suficiente para cobrir suas despesas (saldo azul) ou se é insuficiente (saldo vermelho).


Infelizmente, não se é possível aumentar as receitas quando bem quiser, sobra-nos diminuir as despesas. Talvez você perceba que gasta muito com algo que não é importante, ou se dê conta de que algo muito importante para você está recebendo pouco ou nenhum recurso. É hora de priorizar sua vida e seus gastos, alocar dinheiro naquilo que mais importa para você!
Voltando a Escala Financeira, fui perguntado se há algum degrau entre a Segurança e a Insegurança Financeira: e a resposta é Sim!

– Estabilidade

Se você está no zero a zero, ou seja, se as suas receitas batem com as suas despesas, parabéns! Falaremos sobre isso no próximo POST, porque como combinado iremos falar sobre orçamento no vermelho.
O ponto mais comum que as pessoas estão na escala financeira é:

– Insegurança Financeira

Aqui, a pessoa vive do seu crédito pessoal: Cartão de Crédito e Limite do Cheque Especial. É necessário lembrar que esse dinheiro não é seu, ele é um Empréstimo!
         Mesmo que você pague o valor total da fatura, essa grana é retirada do teu orçamento do mês seguinte. O valor da fatura tende a aumentar, pois:

§  Há a facilidade de uso;
§  A falta de compreensão sobre o que é realmente essencial (nunca pague contas de água ou luz com o cartão); e
§  O grande apelo de marketing dizendo: gaste ... gaste ... e gaste.

Quando você já não consegue pagar o valor total da fatura e entra no rotativo, piora muito, pois o rotativo é a linha emergencial de crédito usada por quem não consegue pagar o valor integral da fatura do cartão, só no ano passado, os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em torno de 490% ao ano.
Os juros do cheque especial também são muito altos e chegaram a 330% ao ano de acordo com o site do Banco Central.
         Entrar no rotativo e/ou cheque especial é como empurrar uma bola de neve morro acima. Ela só cresce até que uma hora (...) te esmaga.


         Quando já não se consegue arcar com as dívidas e não se tem mais crédito, entra-se na outra escala do endividamento e começa a viver do crédito alheio.

– Dependência Financeira

         As dívidas já fugiram do controle, ninguém quer mais te emprestar dinheiro, seu cartão estourou o banco te liga todos os dias cobrando (...) a vida está complicada e a saída: pedir dinheiro e/ou o cartão emprestado aos teus familiares e/ou amigos.
         Pedir dinheiro é uma ótima opção, pois além de não pagar juros há a possibilidade de combinar o dia da quitação. Em compensação, se você não pagar o empréstimo na data combinada, certamente terá menos amigos e/ou os eventos familiares serão bem constrangedores.
Muitos pedem o cartão emprestado, talvez você esteja nessa fase. Pode ser uma saída emergencial, mas apenas se você tiver como pagar essa dívida, senão a bola de neve apenas fica maior e ao invés de apenas você ser o devedor, agora seus familiares também estão devendo, pois é o nome deles que está sendo utilizado!
         Nessa hora, muitos se desesperam. Parte para os agiotas, o que piora muito a situação. Outros começam a ficar dispersos no serviço, caindo o seu rendimento o que acaba por serem demitidos.
         O que os leva para a próxima escala do endividamento.

– Submissão Financeira (falência)

         Pode parecer estranho, mas no Brasil há o processo de falência pessoal dentro do CPC – Código de Processo Civil cujo nome é “Insolvência Civil”. Ela acontece quando a pessoa perde completamente a capacidade de arcar com suas obrigações financeiras. É uma medida extrema, equivalente à falência empresarial, porém aplicada a uma pessoa física. Não é um recurso muito comum, pois o falido “morre civilmente” por cinco anos, enquanto o credor reduz bruscamente a chance de recuperar sua perda, mas é algo a que muitas pessoas estão sujeitas.
A insolvência civil é o último recurso da pessoa endividada, é o momento em que ela é obrigada a reconhecer, legalmente inclusive, que “está no buraco”. Ela é o atestado de esgotamento da capacidade de negociação com credores e dos típicos “malabarismos financeiros”, como usar o limite de crédito de uma conta para cobrir um rombo em outra, e por aí vai…
         Algumas características que indicam que você pode estar caminhando rumo à insolvência pessoal:

§  Você não tem nenhuma reserva financeira. Se você tem uma renda (seu salário, por exemplo) e gasta tudo o que ganha (as vezes mais que isso), corre sério risco de quebra caso haja uma interrupção repentina dessa renda;
§  Você vem fazendo uso regular de seu limite de cheque especial ou cartão de crédito nos últimos seis meses.
§  Em algum momento, nos últimos seis meses, você “estourou” seu limite de crédito.
§  Você tem bens (móveis ou imóveis) penhorados ou alienados como garantias de empréstimos e financiamentos.

Se algum desses “sinais” se aplica a você, tome cuidado! Você pode estar caminhando para uma situação que resultará em insolvência pessoal!
Se for o seu caso, é necessária uma ação rápida e incisiva no sentido de identificar seus gastos e eventuais vazamentos em seu orçamento doméstico, adequar suas despesas à sua realidade financeira, fazer um orçamento para os próximos meses, que o oriente novamente ao equilíbrio financeiro e, mais importante que tudo, é necessário disciplina férrea para seguir esse orçamento.
Chegamos ao final de nosso encontro. Organize seus dados financeiros, revise seu orçamento e veja o que pode ser mudado. Para ajudar nessa tarefa deixo dois presentes: Um pensamento de um grande poeta ...  



          E já que queremos te ajudar a se livrar das dívidas, o segundo presente é um aplicativo que gosto muito de usar para controlar minhas finanças, o minhas economias, ele é gratuito.
  
Até a próxima.