sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Delírios

Salve galera! Hoje é dia de que? Dia de indicação cultural para deixar a Mente Sã.

Eu fiquei bastante em dúvida sobre o que escrever na coluna de hoje. Estava zappeando as rádios quando me deparei com uma música dos Titãs (Epitáfio) que tem os seguinte versos:

Devia ter complicado menos 
Trabalhado menos 
Ter visto o sol se pôr 
Devia ter me importado menos 
Com problemas pequenos 
Ter morrido de amor

Epitáfio são aquelas palavras escritas na lápide e isso me fez meditar sobre a letra, sobre a mensagem da música - que diga-se de passagem é genial.

Tudo bem, tudo bem... Eu sei que é clichê falar que a vida é curta, que passa rápido e talz, mas é a pura verdade e essa música é isso: um morto se arrependendo de não ter valorizado a vida, de ter se doado demais ao trabalho, de ter feito tempestades em copos d'água, de não ter dado o devido valor às pessoas, etc etc etc.

Esse blog é, basicamente, sobre dinheiro, sobre como economizar e sobre como fazer mais dinheiro. Mas acho muito importante lembrar sempre as melhores coisas da vida não custam (quase) nada, como, por exemplo, estar com quem se gosta e/ou contemplar a natureza. Focamos tanto em acumular coisas que não raramente deixamos de experimentá-las, de viver experiências - que as coisas que marcam na alma.

Enfim, divagações encerradas, falarei brevemente sobre "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom". O filme é uma comédia do ano de 2009, baseado no livro homônimo escrito por Sophie Kinsella e gira em torno de Rebecca Bloomwood - uma jornalista norte-americana que não consegue se controlar no quesito compras.

Recém demitida, com os 07 cartões de crédito estourados, dívidas que já passam da casa dos 16 mil dólares e um quarto que mais parece uma loja de departamentos, de tantas roupas e sapatos, ela  ainda não se dá por satisfeita e acha que precisa comprar mais e mais.

Apesar de todo esse descontrole financeiro, Rebecca ironicamente consegue emprego em uma revista de finanças, onde ela acaba fazendo sucesso junto às leitoras, com seu jeito peculiar de falar sobre dinheiro, que traz empatia a mulheres que, como ela, tem dificuldades em controlar os gastos.

Embora histérica e descontrolada com seus cartões de crédito Becky chega a ser caricatural devido ao exagero do filme ao retratar o universo dessas pessoas viciadas em comprar, os shopaholics.

O curioso é que o filme, mesmo tendo como protagonista uma pessoa descontrolada para com o dinheiro, passa uma mensagem de consumo consciente e desapego material e sem deixar de mostrar os muitos lados negativos do consumo desenfreado - o que impressionantemente dialoga diretamente com a situação financeira pela que o mundo enfrenta hoje.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Nu - Atendendo a Pedido

Salve galera, feliz ano-novo!

Janeiro é a época das resoluções de ano novo. Na virada fazemos promessas, estabelecemos metas e traçamos planos. Prometemos mudar velhos hábitos e adquirir outros, novos e saudáveis.

Mas a verdade é que somos naturalmente resistentes a mudanças e isso torna muito difícil a adesão a novas rotinas. Eu mesmo sou um exemplo vivo. Uma das minhas metas para 2019 é usar o kindle para ler mais. No ano que passou eu adquiri o 'e-reader'  na intenção de diminuir o uso dos livros físicos, uma vez que nem sempre é possível carregar um exemplar devido ao volume e ao peso.

Mas alguns meses depois adquirir o leitor digital ainda faço bem menos uso dele do que gostaria por simplesmente não conseguir mudar o hábito de ler no livro físico, de folhear as páginas. Essa é apenas um das várias rotinas que tenho dificuldade, entretanto tem uma rotina que deixei de lado já faz algum tempo e essa mudança tem feito muito bem para meu bolso. Troquei a caderneta de poupança pelo tesouro direto.

Inclusive em dezembro/2017 falamos sobre isso aqui e esse texto motivou umas das três pessoas que nos acompanham a dar um passo e também buscar uma alternativa a queridinha dos investimentos (poupança). Esse nosso leitor chegou na NuConta e fez um pedido para que escrevêssemos aqui sobre ela.

Então, atendendo ao pedido, debruçamos sobre a NuConta para escrever esse artigo. Vale dizer que mesmo sendo usuário do 'roxinho' (o cartão de crédito da Nubank) desde 2014, eu ainda não tenho NuConta. Mas já solicitei a minha.


Mas Afinal o Que é a NuConta?

Bem, eu fiz essa pergunta para a empresa e obtive a seguinte resposta:

"A NuConta é uma conta de pagamentos digital através da qual você consegue fazer algumas coisas: você pode pagar contas de consumo (água, luz, telefone, etc) e outros boletos bancários; pagar a fatura do seu cartão NuBank sem precisar gerar boleto e liberando seu limite na hora; e transferir para outras NuConta e pra contas em outras instituições via TED gratuitamente! Além disso, todo dinheiro que você deposita na NuConta rende todos os dias úteis a 100% do CDI! Então se você quiser usar apenas para poupar dinheiro, acaba sendo vantajoso também!"

Quem Oferece a NuConta?

Nubank é a responsável pela NuConta. A Nubank é uma fintech, uma startup de tecnologia, que alia serviços bancários com uma atuação online. Você já deve conhecer ou ao menos ter ouvido falar do primeiro produto dessa empresa, o cartão de crédito roxinho - aquele que chacoalhou o mundo dos cartões de crédito aqui no Brasil.

Eu sei que tem alguns conceitos aqui podem não soar familiar, mas como nesse momento defini-los não terá tanta importância para o conteúdo e só fará o texto aumentar de tamanho, vamos focar no que interessa e seguir adiante.

Como Funciona a NuConta e Quais suas Taxas?

Como uma conta de pagamento. Você faz os depósitos nela através de um boleto bancário gerado pelo aplicativo e/ou através de TED e, uma vez com o dinheiro em conta pode realizar o pagamento de boletos e contas de consumo, fazer transferências para outros bancos, realizar saques nos caixas 24h e, em breve, efetuar pagamentos com a função débito.

A empresa diz que: "A única tarifa cobrada é um valor de R$ 6,50 para cada saque realizado. Apenas os clientes que utilizarem esta opção e somente quanto utilizarem, pagam. Fazemos esta cobrança por que somos 100% digitais e utilizamos a estrutura de uma rede externa para viabilizar saques para nossos clientes. Você pode sacar dinheiro de sua NuConta na rede Banco24Horas."

Mas... se não tem taxas nem cobranças, como a Nubank ganha dinheiro?

Pois eu também tinha essa dúvida, e me esclareceram com a seguinte resposta: "A gente ganha uma pequena porcentagem de toda transação que é feita com o cartão [de crédito], e também os encargos de atraso e os juros do rotativo. Nosso maior foco com a NuConta é abrir a experiência do Nubank para todos e por isso, por enquanto, o lucro direto com o produto não é uma preocupação. A ideia é que ela seja uma porta de entrada para a experiência Nu e todos os possíveis produtos que queremos lançar nos próximos anos, então nosso objetivo principal com ela não é o lucro."

E qualquer pessoa pode abrir uma Nuconta? Tem análise de crédito antes?

Sim, querido(a) leitor(a)! Segundo eles não há análise de crédito e todos estão aptos para abrir uma conta. Basta baixar o aplicativo na sua loja Apple ou Android e lá no app fazer a solicitação. (Caso seja de seu interesse, deixe o e-mail nos comentários que lhe enviamos um tela-a-tela de como realizar esse procedimento.)

Há um valor mínimo para depositar? Pode já depositar/transferir logo depois de abrir a conta?

"Na hora você já consegue fazer depósitos, mas até que nosso time termine de fazer a análise das fotos do cadastro, as movimentações da NuConta ficam limitadas."

"Para depósitos via TED não há valor mínimo e para depósitos via boleto, o valor mínimo é de R$20,00. Você consegue tanto gerar os boletos quanto conseguir os dados para a TED clicando na opção 'depositar' na tela inicial do app!"

Hmm... Interessante esse negócio até agora. A poupança é garantida pelo FGC, e essa NuConta, que garantias ela tem se a empresa deixar de funcionar?

Então, pelo que entendi não há nada que dê a NuConta a mesma garantia que o FGC dá a poupança. Em minha conversa com a empresa, levantei essa questão como sendo um ponto de grande relevância e o que eles me explicaram foi o seguinte: "A NuConta é uma modalidade de contas chamada de 'Conta de Pagamento'. Nesta modalidade de contas, o dinheiro depositado fica separado do patrimônio do Nubank e só pode ser usado para aplicações em Títulos Públicos Federais. Ou seja, esse dinheiro não pode ser emprestado para terceiros ou aplicado em investimentos de risco, por exemplo.  Por isso, o risco na NuConta é similar ao de uma aplicação no Tesouro Direto - renda fixa, pós-fixado, garantido pelo Governo - e dispensa outro tipo de garantia, como o FGC."

Em resumo, entendi que caso a Nubank feche as portas e fique com dívidas, o dinheiro depositado na sua conta não será usado para quitar essas obrigações. Além disso, a circular 3.681/2013 do Banco Central do Brasil, visa garantir que a instituição de pagamento (Nubank) não utilize os recursos dos clientes em operações de risco elevado, em caso de falência ou liquidação da instituição.

Tudo muito bem, tudo muito bom... Mas diz aí, tem alguma coisa que não dá pra fazer com a NuConta?

Tem sim. Por enquanto ainda não dá para fazer o pagamento de alguns impostos, como o IPVA e também não dá para cadastrar débito automático e nem agendar transferências mensais.

Ah! Vale lembrar que o cartão para a função débito deve começar a operar nesse ano de 2019 - ou seja, ainda não dá para usar o débito nos rolês e toda vez que for sacar no caixa eletrônico vai pagar R$ 6,50.


É isso pessoal! Sei que o texto ficou um pouco longo, mas espero ter deixado aqui respostas às principais dúvidas sobre a NuConta. E se houver algum outro questionamento que não esteja aqui contemplado, não hesite em fazê-lo nos comentários que teremos a maior satisfação em responder.

Peço desculpas por ainda não poder dar uma opinião pessoal de uso, mas até então, pela ausência da função débito, eu não achava interessante ter uma NuConta. Além disso, minha solicitação de abertura foi atendida somente hoje, no final da tarde em que escrevo esse texto, de maneira que ainda não deu nem para transferir dinheiro.


Ei! Vai encerrar o texto sem dizer se vale a pena ou não manter um NuConta?

Não, claro que não! Eu diria que se for para funcionar como conta secundária e como uma reserva de emergência vale a pena sim. A NuConta rende mais que a Poupança e o Tesouro Selic e rende tanto quando um CDB que paga 100% do CDI. Por isso, deixar lá aquele dinheiro que você usa no giro mensal para pagar os boletos ou aquela grana que podes precisar a qualquer momento é interessante.

Entretanto, se a ideia é usá-la como aplicação, até mesmo de curto prazo, devo lhe dizer que há opções mais interessantes no mercado.


  




Antes de encerrar, deixe-me dar um recadinho: os textos agora tem nova data de publicação. Resolvemos alterar para os dias 10 e 25 de cada mês as postagens aqui no blog.

Agora sim, um amplexo e até a próxima!