domingo, 1 de abril de 2018

O Fim da Trilogia (Tesouro Direto parte 3)


Salve galera!

Conforme prometi no texto de fevereiro, vou hoje falar sobre os tipos de títulos ofertados pelo Tesouro Direto.

Mas antes de fechar a trilogia, permitam-me fazer uma rápida revisão sobre o que já rolou por aqui. É vapt-vupt!

Em dezembro/2017 demos início a série de artigos com a publicação de um e-Book que ensina, passo a passo, como abrir conta em uma corretora de valores. A conta em corretora não é obrigatória, uma vez que através do seu banco também é possível investir; entretanto as corretoras apresentam melhores taxas.

Em fevereiro/2018 publicamos a segunda parte apresentando o programa Tesouro Direto e explicamos como ele funciona, quais os riscos presentes, os custos e as garantias e também qual o rendimento.




Caso você esteja chegando agora por aqui ou, por algum motivo, tenha perdido os textos ou ainda precise relembrar o conteúdo, aqui estão os links:




Vamos aos títulos?

Vamos sim, mas o que são esses títulos públicos que você tanto fala?

Oops! Não expliquei o que são os títulos? Acho que a idade está me afetando a memória
Os títulos públicos são títulos emitidos pelo Governo com objetivo de financiar o seu déficit orçamentário e também refinanciar a dívida pública para investir em atividades como educação, saúde e infraestrutura. Os títulos são emitidos pelo governo Federal e são ativos de alta liquidez lançados no mercado através do Tesouro Direto. Algumas características desses títulos

  • não têm carência (período exigido para manter um investimento).
  • podem ter remuneração semestral ou apenas no final da operação.
  • rentabilidade pode ser prefixada, híbrida ou pós-fixada.


Classificação de Títulos Públicos

Podemos basicamente dividir os títulos públicos em duas categorias:

Títulos Pré-fixados
- são os títulos em que a rentabilidade é estipulada já no momento da compra, para o caso de carregar o papel até a data de seu vencimento.

Por terem uma rentabilidade pré-definida, esse rendimento é nominal. Ou seja, para saber o rendimento real do título é necessário descontar a inflação do período.
Uma informação interessante é que todo título pré-fixado paga o valor fixo de R$1.000,00 na data de vencimento (se você comprar uma fração do título o valor recebido será proporcional ao percentual adquirido). Por isso que quanto mais longe a data de vencimento, mais barato o valor do título.

Títulos Pós-fixados
- são títulos que tem o seu valor corrigido por um indexador, geralmente Selic ou IPCA, e por isso a rentabilidade é composta por uma taxa pré-definida no momento da compra do título acrescida da variação do indexador. Ou seja, não tem como saber, antecipadamente, quando você receberá.

Os títulos pós-fixados são indicados para aqueles que desejam fugir da inflação e manter o poder de compra e/ou estejam dispostos a suportar a variação para obter um retorno um pouco mais elevado.


Tipos de Títulos Públicos

Dentro dessas duas classificações supracitadas podemos alocar todos os títulos disponíveis em uma divisão que ficaria assim:

Pré-fixado

  - tesouro prefixado (LTN)
  • possui um fluxo de pagamento simples, isto é, uma aplicação e um resgate;
  • recomendado para quem pode esperar até o vencimento para resgatar;
  • indicado para momentos da economia em que os juros e a inflação estão baixos.



  - tesouro prefixado com juros semestrais (NTN-F)
  • título com múltiplos fluxos de pagamento, isto é, a cada seis meses (ao longo do período da aplicação) o investidor recebe um pagamento de juros. Cabe ressaltar que sobre esses pagamentos incide a cobrança do imposto de renda, na forma da tabela regressiva – conforme figura abaixo;
  • recomendado para aqueles que desejam ter o rendimento semestral pago pelo título como um complemento à renda;
  • indicado para momentos em que a taxa prefixada esteja (e permaneça) acima da Selic.



Pós-fixados

  - tesouro Selic (LFT)
  • tem a rentabilidade atrelada a taxa básica de juros da economia registrada entre a data da compra e a data de venda do título;
  • recomendado para aplicar como uma reserva de emergência devido sua baixa volatilidade (evita perdas no caso de uma venda antecipada)
  • é o único título que não possui rentabilidade negativa.

  - tesouro IPCA+ com juros semestrais (NTN-B)
  • o título tem sua rentabilidade composta de duas parcelas (uma taxa de juros prefixada + variação do IPCA) e segue a inflação, permitindo ao investidor ter um rendimento real e manter seu poder de compra;
  • indicado para quem tem planos de longo prazo, como uma aposentadoria, e necessita de uma retirada periódica; uma vez que o Tesouro IPCA + com Juros Semestrais – conforme o nome sugere – paga cupons de juros a cada seis meses;
  • importante lembrar que a cada pagamento semestral há incidência de imposto de renda, conforme mostrado acima. Assim sendo, se o planejamento é de reinvestir o rendimento dos cupons semestrais, uma ideia melhor seria comprar um título com fluxo simples e ver os juros da sua aplicação incidindo sobre um montante maior e fazer ela crescer mais rápido.

  - tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)
  • fluxo de pagamento simplificado, isto é, você receberá o valor investido acrescido da rentabilidade na data de vencimento ou resgate do título;
  • protege seu dinheiro da inflação no período, proporcionando uma rentabilidade real e garantindo seu poder de compra;
  • recomendado para investimentos de longo prazo como uma poupança para os filhos ou a compra de um imóvel.


Agora que já conhecem os títulos ofertados pelo tesouro direto e as principais características de cada um, o ideal escolher para compra aquele que tenha o vencimento casando com seu objetivo, a fim de obter a rentabilidade prevista.

E se você precisar se desfazer do papel antes do vencimento, saiba que isso é possível, mas a rentabilidade pode não ser aquela prevista. O Tesouro Nacional pagará o valor de mercado, de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a contratada na data da compra, dependendo do preço do título no momento da venda. Além disso, a alíquota de imposto de renda incidente é maior, conforme abaixo.

Prazo de Manutenção        Percentual de Desconto
até 180 dias                          – alíquota de 22,5%
de 181 a 360 dias                – alíquota de 20%
de 361 a 720 dias                – alíquota de 17,5%
acima de 720 dias               – alíquota de 15%


E assim encerramos a trilogia. Esperamos que vocês tenham adquirido informações suficientes para começar a aplicar no Tesouro Direto e colocar o dinheiro para trabalhar para você de forma mais intensa, acelerando o acumulo de patrimônio. Se tens alguma dúvida, critica ou sugestão deixa um comentário aqui que teremos o maior prazer em responder.

Um grande amplexo e até a próxima