Salve
galera, bem-vindos de volta! Tudo certo com vocês?
É
interessante como as coisas estão conectadas, não é mesmo?! Em
outubro uma pessoa que me é muito querida se foi de modo muito
repentino, e desde então comecei a pensar em como lidar com o que
temos de vida pela frente. Se vale a pena economizar recursos e abrir
mão de algumas coisas agora em prol de um futuro melhor, sendo que
esse futuro pode nunca chegar, ou se é melhor curtir a vida
adoidado, focando em satisfazer todas as vontades e desejos, aqui e
agora, e deixar pra resolver as coisas do futuro quando o futuro
chegar.
E
ai vem o Alexandre e, mesmo sem saber de nada, escreve um
artigo que fala da morte e orienta a procurar um equilíbrio
entre esses dois pontos (gastar tudo agora ou poupar para o depois).
Juro para vocês que ainda não consegui encontrar uma resposta exata
para o meu dilema, mas ler o excelente texto do Alexandre me fez
reforçar os conceitos de poupar para o futuro. Afinal, não quero
acabar como o Jorginho Guinle (mas gostaria, muito, de viver como ele
viveu 😍).
Aliás,
é sobre a poupança que vou falar um pouquinho hoje. Vocês
sabiam que ela,
a
poupança,
é o
investimento mais querido do Brasil? Já
desconfiavam né…
Pois
então, li em
uma pesquisa
feita pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela
CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), publicada no
site da Exame,
que
quando se trata de fazer uma reserva para o futuro, a
caderneta de poupança é o investimento preferido por
69,5% dos
brasileiros.
Essa
mesma pesquisa aponta que a busca pela segurança, resposta de 56,1%
dos inquiridos, foi o principal fator para justificar essa escolha.
Mas eu não sei não, particularmente acho que são outros os motivos
que fazem com que a poupança mantenha esse posto, afinal existem
diversos investimentos tão seguros quanto ela, só que ainda mais
rentáveis.
É
certo que a caderneta de poupança é o “top of mind”
dos brasileiros quando se fala em aplicar aquele dinheirinho que
sobra no final do mês, mas a praticidade, a preguiça
comodidade, a falta de
informação, o medo do
desconhecido e a ilusão de
que precisa
muito dinheiro para investir em
outras coisas é que, para
mim, mantém nossa gente presa a uma aplicação que, ao longo dos
anos, tem visto seus rendimentos serem corroídos pela inflação.
ENTÃO…
COLOCAR DINHEIRO NA POUPANÇA NÃO É UMA BOA?
Depende.
Se você é daquelas que deixa o dinheiro parado na conta-corrente,
guarda no colchão ou enterra no quintal, então colocar o
dinheiro na poupança é uma ótima escolha. (Sim, galera! Por mais
incrível que pareça, em pleno 2017 ainda há quem cave um buraco no
chão para guardar suas economias. Soube de um caso cerca de uns 28
dias atrás e fiquei estarrecido. Ah! E foi na cidade grande hein, no
Rio de Janeiro/RJ).
Mas
apesar de toda a familiaridade, praticidade e segurança que a
poupança traz consigo, quem manteve o dinheiro parado lá nos
últimos anos acabou tendo prejuízo, pois o retorno obtido com essa
aplicação ficou abaixo da inflação. Veja só:
Em
02/01/2013
– Valor
Inicial: R$ 10.000,00
Em
02/01/2017
– Valor
corrigido pela poupança: R$ 13.282,94
– Valor
corrigido pela inflação: R$ 13.337,69
Ou
seja: seria necessário inteirar R$ 54,75 aos rendimentos
da
poupança para manter o poder de compra.
Nota:
Vale ressaltar que no
momento
em que escrevo esse texto
as coisas estão um pouco diferentes. Vivemos um período
de queda da taxa Selic e do IPCA,
uma
dobradinha que tem sido
favorável a poupança.
Essa conjunção de fatores tem possibilitado a caderneta de poupança
auferir ganhos acima da inflação, bem como apresentar retornos mais
expressivos do que alguns fundos de renda fixa em
que a taxa de administração é superior a 1%.
Mas atente que para fazer essa comparação há que se levar em conta
o desconto de IR nos fundos (22,5% no curto
prazo).
E
COMO SE CALCULA O RENDIMENTO DA CADERNETA DE POUPANÇA?
Desde
de maio de 2012 o Banco Central estabeleceu uma nova
regra
onde a variação da poupança está atrelada ao desempenho da Selic
– taxa
básica de juros da economia.
Funciona
assim:
A
remuneração dos depósitos de poupança é composta de duas
parcelas:
I
– a remuneração básica, dada pela Taxa Referencial – TR, e
II
– a remuneração adicional, correspondente a:
a)
0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a
8,5%; ou
70%
da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início
do período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for
igual ou inferior a 8,5%.
ONDE
APLICAR ALÉM DA POUPANÇA
O
mercado lhe oferece várias opções de investimentos, que vão desde
comprar títulos do Tesouro Direto até especular no mercado de
índices futuros. Porém qual a mais adequada é você quem vai
decidir, de acordo com sua tolerância a riscos, seus objetivos
futuros e seu conhecimento.
Aqui
vou lhe apresentar duas alternativas, ambas muito seguras e com um
histórico de rendimento superior a poupança (embora sucesso passado
não seja garantia de retorno futuro).
Antes
de começar, deixa-me introduzir quatro conceitos que visam facilitar
a compreensão da apresentação:
Liquidez
– facilidade
de um ativo ser transformado em dinheiro. Esse conceito se refere à
agilidade com que um investidor consegue se desfazer de um
investimento para voltar a ter dinheiro na mão.
Selic
– é
a taxa básica de juros da economia no Brasil. Essa
sigla nada mais é que um sistema computadorizado utilizado pelo
governo, a cargo do Banco Central do Brasil, para que haja controle
na emissão, compra e venda de títulos.
Imposto
de Renda
– é um imposto cobrado sobre a renda das
pessoas físicas e jurídicas. Nos investimentos, ele incide de forma
regressiva somente sobre o rendimento,
conforme tabela abaixo:
- PrazoAlíquotaAté 180 dias22,5%De 181 a 360 dias20%De 361 a 720 dias17,5%A partir de 720 dias15%
FGC
(Fundo
Garantidor de Crédito)
–
é
uma
entidade privada, sem fins lucrativos, mantida
pelos bancos, que
todos
os meses os
fazem
uma contribuição de 0,0125% sobre o valor que eles
possuem em aplicações e essa reserva serve para garantir ao
investidor um resgate de até R$ 250 mil por CPF e por instituição
financeira, caso o banco emissor de um título venha quebrar.
Conceitos
apresentados, vamos aos investimentos:
Tesouro
Selic (LFT) – é um título do Tesouro Direto que
tem seu rendimento atrelado a taxa de juros básicos da economia. Ou
seja, se a taxa Selic subir, o título tem seu valor aumentado, mas
se esse indicador baixar, o preço do título cai junto.
O
Tesouro Selic é considerado um investimento conservador, pois possui
baixa volatilidade. Essa característica lhe confere uma
rentabilidade mais baixa do que os outros títulos do Tesouro,
entretanto caso necessite realizar a venda do papel antes do
vencimento as perdas serão minimizadas.
Além
da baixa volatilidade, outra característica desse título é a sua
elevada liquidez. Isto é, caso necessite você pode vender esse
título a qualquer momento, receberá o dinheiro em apenas 01 dia
útil.
Pontos
importantes sobre o Tesouro Selic:
-
incidência de Imposto de Renda, de forma regressiva, na hora do resgate, conforme tabela;
-
são garantidos pelo Tesouro Nacional, ou seja, o Governo Federal garante o seu pagamento;
-
cobrança da taxa de custódia do Tesouro Direto, de 0,3% ao ano sobre o total da aplicação.
Certificado
de Depósito Bancário – O CDB é um título
emitido pelos bancos para conseguir capital para financiar suas
atividades de crédito. Ou seja, aplicar em um CDB é como emprestar
dinheiro para o banco e receber em troca uma remuneração com
rentabilidade diária; enquanto o banco usa esses recursos para
conceder empréstimos a outros clientes.
Existem
três tipos de CDB (o
prefixado, o pós-fixado e os que pagam juros mais um índice de
inflação),
sendo o pós-fixado o mais comum deles.
Neste caso, a rentabilidade do investimento funciona
de maneira semelhante ao Tesouro Selic, estando atrelada a algum
indicador
de referência. O
principal deles
é o CDI (certificado de depósito interbancário), que está sempre
muito próxima da Selic.
Mas
é preciso se atentar ao seguinte: o percentual que será pago do CDI
não é fixo e pode variar de banco para banco, dependendo do valor
investido e da negociação efetuada. Existem instituições que
oferecem uma rentabilidade de 70% do CDI enquanto outras chegam a
pagar 115%, por exemplo. Por isso, a dica é pesquisar antes de
decidir por uma ou outra aplicação.
Pontos
importantes sobre o CDB:
-
é garantido pelo
FGC (Fundo Garantidor de Crédito), conforme
o limite de R$250 mil;
-
sofre
a incidência
de Imposto de Renda, também
forma regressiva, conforme a tabela mostrada
acima;
-
tem
a cobrança
de IOF (imposto sobre operações financeiras) nas aplicações
resgatadas antes de 30 dias.
Se
você gostou de alguma dessas opções, saiba que investir nelas é
bem fácil e barato. Só
precisa procurar o seu gerente do banco informá-lo da sua intenção
ou então
abrir
conta em uma corretora independente – que costuma cobrar taxas
menores e oferecer mais e melhores opções aos clientes.
Com
apenas R$ 100,00 já é possível fazer o primeiro aporte no Tesouro
Selic e
com um pouquinho mais que isso entrar
num CDB – existem
opções partindo de mil reais. E,
tal como na poupança, você também pode fazer aportes mensais,
programados ou não.
Bem
amigos, essa foi apenas uma breve apresentação de dois produtos que
servem como alternativa à poupança, principalmente quando o
critério é segurança. Então não tem mais desculpa para continuar
deixando de ganhar dinheiro. Caso tenha alguma dúvida, crítica ou
curiosidade escreva pra gente.
Um
amplexo e até a próxima.
Continue
correndo.
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Nota:
Estamos preparando um material para lhe auxiliar a abrir conta numa
corretora independente.