Salve
galera! Bem-vindos de volta para mais um texto no espaço Mente Sã.
Escolhi
para trazer a vocês hoje uma indicação de cinema. Nas próximas
linhas vou fazer um breve resumo de uma produção estrelada pelo
sensacional Will Smith (sim, eu curto os trabalhos do cara como ator
desde os tempos de “Um Maluco no Pedaço”) e seu filho Jaden
Smith.
O
filme de hoje se chama A Procura da Felicidade.
A
trama é um
drama/biográfico de 145
minutos – dirigido por Gabriele Muccino e lançado
aqui no Brasil no ano de
2007 – que
conta a história de Chris
Gardner, um cara que só conheceu o pai aos 28 anos de idade e que
prometeu a si mesmo, ainda pequeno, que quando tivesse um filho o
moleque ia saber quem era o pai dele.
Chris era um cara ordinário, um ferrado, um cara
comum, igualzinho a muita gente que encontramos por ai no nosso dia a
dia. Sonhava em ter uma vida melhor e para isso, lá no início dos
anos 80, resolveu entrar em um negócio de representação e venda de
uma máquina que ele considerava ser revolucionária.
Envolto de grande empolgação e otimismo, Chris investiu
praticamente todas as suas economias na compra de dezenas de unidades
dessas máquinas com a confiança de que as venderia facilmente para
os médicos e hospitais da região; porém apenas esqueceu de
verificar o que seus prospectos compradores achava do produto (e para
infelicidade dele as clínicas e os doutores enxergavam o tal
aparelho como um luxo desnecessário).
Com
uma esposa e um filho pequeno para sustentar, Chris
Gardner passava
os seus dias
visitando clínicas e hospitais para
demonstrar como funcionava o
scanner
de densitometria – um
equipamento que realizava um trabalho semelhante ao aparelho de
raio-X, porém com uma qualidade melhor, mas que custava o dobro do
preço – e
tentar
realizar algumas
vendas
para pagar as contas que venciam e se acumulavam (ele
estimava que precisaria vender ao menos dois
aparelhos por mês para conseguir honrar os compromissos
financeiros).
No
meio dessa “corrida de ratos”, dois itens tão diversos quanto
aleatórios aparecem na história para fazer com que a vida de Chris
Gardner tome uma nova direção: um carro conversível vermelho e um
cubo mágico.
Certo
dia caminhando entre uma visita de
apresentação e uma
tentativa de venda, Chris passa por um cara saindo de uma Ferrari
vermelha e admirado com a beleza do carro faz duas perguntas ao
condutor: “O que você faz e como faz para ter um carro desses?”
De
maneira educada e atenciosa o proprietário da Ferrari diz que ele
trabalha em um escritório como corretor de valores. Intrigado e
interessado Chris Gardner
pergunta ainda o que era preciso para ter um emprego daqueles, se era
necessário ir para a faculdade e com
a resposta descobre que só
era preciso ser bom com
números e
pessoas – e ele era bom com os dois.
Nesse
momento acende aquela luz interna e se inicia um sonho; o sonho de
trabalhar no mercado financeiro e compartilhar de toda aura de
prosperidade e felicidade que exalavam as pessoas ali naquele
ambiente. A partir daí Chris começa a batalhar por oportunidades de
estágios em
empresas de corretagem e consegue a chance de entregar um currículo
para se candidatar ao processo seletivo de trainee
na empresa Dean Witter.
Após
vários e vários e vários dias criando situações para
“ocasionalmente” esbarrar com um dos líderes da empresa surge a
oportunidade de dividir um táxi com Jay Twistle (o cara que faria a
entrevista dos candidatos a estágio). Durante o trajeto Chris tenta
se apresentar da melhor forma possível, evidenciando suas qualidades
e seus feitos, mas Jay só parecia prestar atenção no brinquedo que
tinha em mãos. Girava o cubo mágico para um lado e para outro na
tentativa de deixar cada
face com uma cor única e fazia uma cara de quem achava ser aquilo
uma
missão impossível. Incomodado com a situação Chris pediu o cubo
dizendo
que resolveria o quebra-cabeças até
que chegassem ao destino. Um
pouco relutante e bastante incrédulo, Jay Twistle, entregou o
brinquedo e ficou olhando a rapidez com que Gardener girava os eixos
para ordenar as cores.
E
não é que nosso protagonista resolveu mesmo o quebra-cabeças? E
foi assim que ele conseguiu a atenção de Jay Twistle e uma
entrevista alguns dias adiante para concorrer
a
vaga de trainee.
E
podemos dizer que esse foi o início do ponto da virada.
Mas daí até a glória não foi nada fácil. Tudo o que é ruim pode piorar ainda um pouco mais.
E piorou para Chris Gardner, ô se piorou. E como piorou… Chris foi abandonado pela mulher, recebeu um aviso de despejo, foi protestado pelo estado, passou uma noite na cadeia, teve que ir para a entrevista de seus sonhos todo maltrapilho, descobriu que o estágio era sem remuneração, foi atropelado, subestimado, depreciado, despejado de novo, dormiu no banheiro de uma estação de metrô, dormiu no ônibus noites inteiras, teve que – literalmente – brigar para conseguir uma vaga num abrigo de sem-teto, viu dois de seus scanners serem furtados e tudo isso ainda tendo a tiracolo um filho de 05 anos que dependia dele, uma vez que a mãe e ex-mulher foi morar em outra cidade e não havia nenhum parente por perto. É… não foi nada fácil.
Mas
o que torna Chris Gardner e sua história tão especiais é a
resiliência e a força de vontade, a capacidade de não se deixar
abater e continuar seguindo em frente na busca de um desejo, um sonho
quando tudo parece que vai dar errado.
Conhecemos
muitas histórias de pessoas que ao primeiro obstáculo já desiste
de caminhar. Nós mesmos já fizemos isso muitas vezes, tenho
certeza. Falo por mim que por diversas vezes já inventei desculpas,
já criei obstáculos, já impus barreiras reforçando as já
existentes. Coisas como “ah, mas ele tinha um pai que ajudou” ou
“puxa, mas bem que o governo podia criar um programa de cotas para
tal coisa” ou ainda “caramba, mas eu vou ficar mega-cansado se
resolver acrescentar uma coisa na minha rotina”.
O
que diferencia Chris Gardner é a atitude. Ele é
o que se chama de “self-made
man”. Um
cara que foi
lá e fez acontecer invés de ficar parado lamentando as
circunstâncias, inventando desculpas ou esperando que alguém
fizesse por ele. Um
homem que criou
o seu destino e escreveu sua própria história. É uma prova viva e
uma fonte de inspiração de
que quando se quer verdadeiramente algo você deve enfrentar todas as
barreiras e lutar por isso com todas as suas forças.
Para finalizar destaco aqui as três frases que mais me marcaram no
filme:
Nunca deixe que alguém te diga que não pode fazer algo.
Se você tem um sonho, tem que correr atrás dele. As pessoas não conseguem vencer e dizem que você também não vai vencer.
Se quer alguma coisa, corre atrás.
Um
amplexo e continue correndo. Até breve