sábado, 15 de julho de 2017

É só o que importa

Salve galera, bem-vindos de volta! Como vocês estão, tudo beleza?

Hoje vou usar o espaço Mente Sã para falar de um filme, um documentário na verdade: Minimalismo – Um documentário sobre as coisas importantes.


Eu tive o meu primeiro
contato com o minimalismo por meio do fundador da Apple. Eu me lembro 
de ter lido numa reportagem que o Steve Jobs tinha em sua casa pouquíssimos móveis e não aceitava ter objetos somente para preencher espaços.

Naquele momento eu ainda não sabia que a atitude de Jobs era um exemplo de um movimento de simplificação, mas lembro que achei o máximo a foto que acompanhava a reportagem exibindo uma grande sala com apenas uma luminária, uma vitrola e alguns discos e livros.

Alguns anos depois, já estudando publicidade, fui descobrir que opção de Jobs naquela foto por poucos itens tinha mais a ver com suas paranóias por perfeição e menos com minimalismo; fui saber também que o minimalismo é um movimento artístico, cientifico e cultural que prega que devemos nos ater somente àquilo que é realmente importante, abrindo mão dos excessos e dos supérfluos.

Apenas para não ser injusto com Steve Jobs, muito embora ele fosse de fato paranóico em sua busca pela perfeição, minhas leituras sobre o gênio da Apple sempre destacaram que ele era também minimalista.

Mas como a ideia aqui, hoje, não é falar sobre “o cara da maçã”, deixe-me voltar para o documentário.

O filme é centrado em dois caras Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus – que eram vistos como pessoas bem sucedidas e que estavam em ascensão nas suas carreiras, tinham salários na casa dos 3 dígitos, eram amigos e não se sentiam verdadeiramente felizes.

Um dia Joshua encontrou com seu amigo e achou que ele estava diferente, que tinha mudado e para melhor. Ryan parecia feliz, verdadeiramente feliz. E como um bom amigo Joshua convidou Ryan para almoçar, pagou-lhe um sanduíche e perguntou o que havia acontecido para que o amigo estivesse assim tão feliz. Ryan contou a Joshua que estava vivendo o minimalismo, e - adiantando a fita - os dois decidiram largar suas carreiras, começar um blog, escrever um livro e viajar fazendo a divulgação do trabalho.

Ok! me empolguei e fui super minimalista na descrição do documentário né? Pois é, mas foi de propósito, porque eu queria copiar aqui para vocês o ótimo texto do Matheus de Souza (www.matheusdesouza.com), que foi onde eu tomei conhecimento do documentário.

Desejo uma boa leitura a todos e aguardo pelos comentários sobre o filme.


Um grande amplexo.

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Mas, quem são os Minimalistas e o que é o minimalismo?


Dois caras que viveram no mundo corporativo presos na mentalidade de acumular dinheiro, posses e prestígio. No entanto, apesar de ambos serem bem-sucedidos no que faziam, nenhum deles era verdadeiramente feliz. Eles tinham os gadgets do momento, casas enormes e carros luxuosos, mas trabalhavam de forma insana e se sentiam constantemente estressados.

Quando sua mãe faleceu e seu casamento terminou em divórcio, ambos no mesmo mês, Joshua teve uma epifania. Percebeu que a maioria de suas posses materiais não estavam agregando valor à sua vida ou ajudando-o a se tornar mais feliz. Foi então que se livrou de boa parte dos seus pertences a fim de se concentrar nas coisas que realmente importavam para ele.

Ryan, que estava se sentindo mal por ter treinado sua equipe para vender celulares a crianças de 5 anos, percebeu que o semblante de Joshua havia mudado. Ele estava sereno, parecia feliz. Ao descobrir que o motivo era a mudança radical em seu estilo de vida, fez o mesmo que o amigo: encaixotou suas coisas e se livrou de 80% do que tinha. Sentiu um peso sair de suas costas.

Os amigos criaram um blog sobre sua nova filosofia de vida. Logo veio um podcast, palestras e, mais recentemente, o documentário. O minimalismo é um estilo de vida onde você reduz suas posses de tal forma que tenha apenas itens que realmente tragam valor à sua vida. Trata-se de remover o excesso de sua vida, de modo que você seja capaz de se concentrar no que é mais importante. Não há limite de itens ou restrições específicas. E, eles não estão dizendo que todo o tipo de consumo é prejudicial. É apenas uma maneira mais simples de viver para reduzir o estresse e ter mais liberdade.

“Imagine uma vida com menos: menos coisas, menos desordem, menos estresse e descontentamento… Agora imagine uma vida com mais: mais tempo, mais relações significativas, mais crescimento, contribuição e contentamento”.
Joshua Millburn e Ryan Nicodemus. Foto: Divulgação.


 Isso é útil? Me traz alegria?

Dan Harris, autor do ótimo “10% Mais Feliz“, é um dos entrevistados do documentário. Ele compartilha sua experiência sobre estresse e ansiedade. Em 2004, Harris teve um ataque de pânico em rede nacional enquanto apresentava o “Good Morning America” da rede ABC.

Durante a entrevista, menciona que o melhor conselho que recebeu até hoje, no contexto da ansiedade, foi sobre perguntar a si mesmo se “Isso é útil?”. A pergunta lembra o conceito de “Isso me traz alegria?” da autora japonesa Marie Kondo.

Desde que li pela primeira vez a frase “menos é mais”, num artigo sobre a obsessão de Steve Jobs com designs minimalistas, resolvi seguir essa filosofia. Eu recém tinha completado 20 anos, era um jovem comum que adorava comprar roupas de marcas famosas e sonhava em ter um carro importado. Afinal, pra mim isso era sinônimo de status pessoal.


O que percebi, com o tempo, é que nenhuma daquelas coisas me traria alegria. Quem segue um estilo de vida consumista, geralmente, compra itens apenas para seguir modismos e fazer parte de um grupo. Me dei conta de que as pessoas com as quais eu me importava de verdade não estavam nem aí se eu andava de Corolla ou Fusca. Se vestia uma camisa da Tommy Hilfiger ou da Renner.


Quando deixei de ter um comportamento consumista, passei a ser menos ansioso. Ao invés de juntar dinheiro para ter coisas, percebi que seria mais feliz utilizando minhas economias para viajar, por exemplo. Troquei o carro por uma bicicleta e logo me sobrou grana para um mochilão pela Europa. Enquanto alguns conhecidos me mostravam seus novos iPhones ou Galaxys, eu e meu velho BlackBerry embarcávamos para Nova York.


E veja que não existe certo ou errado nessa história. São escolhas. Mas, nunca estive tão bem comigo mesmo. E sereno, como Joshua.



Ame as pessoas e use as coisas — porque o oposto nunca funciona

Se eu sou minimalista? Não no nível de Joshua ou Ryan. Eu continuo comprando coisas. E eles também, na verdade. O objetivo do documentário não é fazer com que as pessoas joguem fora todas as suas posses e se mudem para um bangalô. O ponto central é simplesmente perguntar-se por que você possui as coisas que possui, o que elas acrescentam à sua vida e se você pode viver tranquilamente sem elas.


Essa ideia de desapego material me lembrou dois fatos recentes.

O primeiro é sobre o Serafín (70) e a Shirley (69), um casal de idosos casados há 40 anos. Em maio eles partem para uma viagem de volta ao mundo. De moto! Numa Honda CG 160 Titan — o único bem material dos dois.

Eles entenderam qual o verdadeiro patrimônio em nossa passagem por esta vida e o porquê ela vale a pena ser vivida. Quando escrevi aquele artigo, o Serafín me contou que eles finalmente compreenderam que o que realmente vale é o ser — e não o ter. E que, por sinal, isso é a única coisa que levamos para o outro lado junto com as nossas escolhas. Todo o resto fica aqui. Por mais que, na teoria, saibamos disso desde muito jovens, é apenas “quando a água bate na bunda” que entendemos o sentido real por trás de frases clichês que circulam por aí.

Já o segundo fato tem a ver com algo que comprei. Recentemente adquiri um Kindle, o leitor digital da Amazon. O interessante nisso é que uma compra feita por impulso (sou um ser humano, afinal de contas), fez com que eu deixasse de amar meus livros físicos — ou 90% deles. Ao olhar minha estante repleta de volumes empoeirados, pensei comigo mesmo: “isso é útil?“. Não. Eu não preciso mais deles. Já posso me desapegar. Percebem como a compra de um item gerou o desapego de uma centena de outros?

 Coisas, coisas, coisas


“Na Natureza Selvagem”, filme que conta a história real de Christopher McCandless, um viajante que deixou de lado o sonho da carreira bem-sucedida e as convenções sociais, tem um diálogo bastante marcante pra mim.

Walt, pai de Christopher, diz que quer presenteá-lo com um carro novo. Presente de formatura. A resposta do filho é um discurso parecido com o dos Minimalistas.

“Um carro novo? Por que eu iria querer um carro novo? O Datsun (seu carro, modelo B210 de 1982) é ótimo. Vocês acham que eu quero um carro chique? Vocês estão preocupados com o que os vizinhos pensam?”.

Seu velho Datsun era útil para o seu dia a dia. Ele não precisava de um carro melhor.
A cena, em inglês — não encontrei a versão legendada —, pode ser assistida abaixo.

https://www.youtube.com/watch?v=Kb83JKfxYn8


 A mensagem

Em linhas gerais, a principal mensagem dos Minimalistas é que devemos ser mais conscientes em relação ao que estamos consumindo. É um lembrete útil e eu recomendo fortemente que você assista ao documentário.

Podemos não ter o controle sobre todas as áreas da nossa vida, mas temos controle sobre o quanto gastamos e o quanto precisamos para sermos felizes.


Créditos: https://matheusdesouza.com/2017/04/04/minimalismo/

domingo, 2 de julho de 2017

Juros Compostos





Salve galera, sejam muito bem-vindos de volta.

Estou atrasado com a postagem né, mas é por uma boa razão. Ontem teve início a comemoração do aniversário de nosso redator, Alexandre Diniz e a festa só acabou no dia de hoje. Então imaginem como ... quer saber, melhor a gente falar dos juros compostos. hehehe


Há quem diga por aí que os Juros Compostos são uma invenção do diabo e só servem para atrapalhar, mas também existem aqueles que veem esses mesmos Juros Compostos como um presente divino, a oitava maravilha do mundo.

Mas como será isso possível, afinal são os Juros Compostos amigos ou inimigos?
Eu diria que é você quem escolhe se quer tê-los como o Mocinho ou como o Vilão da história.



A verdade é que, estando do seu lado ou contra você, o Juro Composto trabalha sempre da mesma forma. Ele sempre vai potencializar o capital inicial.

Se o valor inicial for produto de uma dívida, um empréstimo, a percepção sobre esse tipo de juros será negativa, pois a cada mês que passa o valor devido se tornará maior.

Um exemplo prático é a fatura do cartão de crédito.

Eu posso apostar que você já reparou como uma dívida de cartão de crédito aumenta de valor exponencialmente em um período de tempo bem curto. Em um momento você deve algumas centenas de reais e em outro passa a dever milhares. É que além das taxas cobradas pela administradora do cartão serem bem altas, sobre elas ainda são aplicadas juros em sua forma composta.

Funciona mais ou menos assim: Suponhamos que sua fatura vem com um valor total de R$ 500,00 e você opte por pagar apenas R$ 250,00, deixando o restante para ser pago no próximo mês.

No mês seguinte, considerando que você não comprou nadinha de nada no cartão, e que os juros do estejam numa taxa mensal de 10%, a fatura virá cobrando os R$ 250,00 que ficaram do mês anterior + R$ 25,00 que correspondem aos juros.

Se por algum motivo você deixar de pagar essa fatura, no próximo mês o banco te cobrará R$ 250,00 (montante devido inicialmente) + R$ 25,00 dos juros do mês passado (10% de R$250,00) + R$27,50 (10% sobre o montante inicial+juros do mês) e assim por diante.

Com a tabela vai ficar mais fácil para perceber como os bancos, financeiras e administradoras de cartão de crédito tomam o seu dinheiro.


Por outro lado, quando os Juros Compostos entram em campo jogando no seu time, ele pode fazer o seu dinheiro crescer sem que você precise fazer nenhum esforço.

Vamos tomar como exemplo os mesmos R$ 250,00, mas dessa vez investidos em uma aplicação que tenha rentabilidade de 10% ao ano.

O raciocínio é exatamente o mesmo. Após o primeiro ano seus R$ 250,00 já vão virar R$ 275,00. Se você mantiver o dinheiro aplicado, ao final do segundo ano já terá um montante de R$ 302,50 e ao fim do terceiro ano, esse valor passará a R$ 332,75 e assim por diante.

Veja só, em três anos e sem fazer absolutamente nenhum esforço, você já ganhou R$ 82,75 ou 33%. Isso não é ótimo?


Ok! Eu já imagino que você deve estar pensando: - Puxa! Mas demora tanto para vir tão pouco.


O que tenho a lhe dizer é:

1- lembre que esse dinheiro vem sem esforço;
2- se forem feitos aportes regulares essa curva tende a crescer mais rápido;
3- quanto maior o montante, maior o retorno;
4- investir exige paciência.

Então paciência e perseverança, pois como diz o ditado "quem espera sempre alcança.


Forte amplexo e até o próximo texto.

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Em tempo:

Definição de Juros Compostos: É uma forma de calcular os juros de uma dívida ou de um investimento. Nesta forma, o valor dos juros de um período (dia, mês, ano) é acumulado, em uma determinada data, no saldo devedor ou saldo do investimento, para o cálculo dos juros do período seguinte. (fonte: Banco Central do Brasil)

Fórmula de Cálculo de Juros Compostos: F = P.(1 + i)n
F = valor futuro (muitas vezes chamado de M ou "montante")
P = valor presente (muitas vezes chamado de "principal")
n = número de períodos (em dias, meses, anos, ... dependendo do contexto)
i = taxa de juros (normalmente na forma percentual)

Calculadora de Juros Compostos: 
http://calculoexato.com.br/parprima.aspx?codMenu=FinanJurosSobreValor
ou
https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularValorFuturoCapital.do