Salve
galera! Bem-vindos de volta ao nosso Mente Sã, Bolso São!
Como
o tempo passa rápido. Parece que foi ontem que o Alexandre e eu
estávamos colocando em prática o projeto de lançar um blog de
educação financeira que pudesse ajudar as pessoas a sair do
vermelho e entender um pouco mais sobre finanças. E, no entanto, já
se vão 13 meses. Caramba!
Sinceramente,
espero que ao longo desse tempo possamos ter feito alguma diferença
e ajudado alguém, uma só pessoa que seja já me deixa feliz.
Bom,
sem mais delongas vamos ao texto desse mês.
Quando
eu decidi pelo tema desse mês, a primeira coisa que me veio a cabeça
foi o jogo Banco Imobiliário.
Mesmo
sem perceber, aprendi com ele durante a minha infância/adolescência
a lidar com dinheiro, noções de poupança, investimento, renda
passiva e formação de patrimônio. Um brinquedo genial.
Aliás,
me lembrei agora de algumas coisas da minha infância. Lembrei que em
muitos dos meus aniversários ganhava da minha avó um “dinheirinho”
para comprar um biscoito (eu adorava "skinny") e que
muitas vezes eu guardava essa graninha para poder viajar no carnaval.
Lembrei também de ser, talvez, o mais econômico da turma (ok! pode
entender como eufemismo para pão-duro), pois sempre voltava dessas
viagens de carnaval com alguma verba. Ah! Lembrei também que éramos
estimulados a fazer rifa para multiplicar o dinheiro e conseguir
comprar alguma coisa. Só o que não consigo me lembrar é se tive na
escola algum tempo dedicado a educação financeira. Se tive, pelo
menos, não foi algo que me marcou.
Voltando
ao presente, enquanto pesquisava para escrever sobre finanças para
crianças, resolvi conversar com alguns amigos que já são pais a
fim de saber se eles abordam o tema com seus pequenos e a maneira que
esses se comportam. E fiquei extremamente feliz com que o ouvi.
Todos
eles, sem exceção, me disseram que de alguma forma passam às suas
crias algum valor sobre dinheiro. Seja mostrando que os pais dão
duro para conseguir colocar as coisas dentro de casa e que por isso
devem zelar pelo que possuem, seja incentivando a poupança através
do famoso porquinho ou até mesmo estabelecendo cotas de “guloseimas”
para aprender que se comer tudo de uma só vez ficarão sem nada
depois.
Mas
vamos para a parte prática, afinal a ideia sempre foi trazer para cá
algumas sugestões que possam contribuir para a
melhora da gestão orçamentária e aumento da educação financeira.
E como isso pode ser praticado desde cedo, eu trouxe algumas dicas
para
que os pequenos já
comecem a cultivar alguns bons hábitos.
#
Os Três Porquinhos
–
Um
exercício bacana é pegar 03 potes transparentes e em cada um deles
colar uma etiqueta PARA GASTAR, PARA POUPAR, PARA DOAR. E entre esses
potes a criança divide todo o dinheiro que ganhar da seguinte forma:
Para
Gastar
– 70% de tudo o que receber e sempre que quiser comprar coisas
pequenas como doces e lanches deve-se retirar o dinheiro desse
“porquinho”.
Para
Poupar
– 20% dos ganhos são depositados nesse pote e o dinheiro deve ser
usado para comprar itens de maior valor, como brinquedos ou inteirar
na compra de celular, tablete ou videogame. Importante aqui que o
objetivo de compra não seja algo que a criança vá demorar muito
tempo para conseguir juntar o dinheiro. Afinal a ideia é mostrar a
importância de esperar e economizar e não fazê-la se sentir
frustrada.
Para
Doar
– 10% do que for recebido vem para esse pote e ao final de um
trimestre,
ou um semestre,
ou um ano, a criança pode usar essa soma para fazer uma ação
social, que pode ser doar o dinheiro para um amiguinho cuja
família tem menos condições
ou comprar uma roupa para a campanha do agasalho ou comida para a
campanha do quilo ou ração para um animal de rua… Enfim, as
possibilidades são inúmeras.
#
O Valor do Esforço
–
Estabeleça
uma lista de tarefas para a criança. Pode ser coisas simples como
não deixar os brinquedos espalhados, arrumar a cama, lavar a louça,
etc. Atribua uma pontuação para cada tarefa e, ao fim de
determinado período (uma semana é um bom tempo) faça soma e
converta esses pontos em dinheiro.
Dessa
forma elas vão perceber que para ter algum dinheiro é preciso se
esforçar e quanto maior o esforço, maior a recompensa.
#
Comparar e Pesquisar
–
Sempre
que for comprar algo com o dinheiro do “porquinho poupar”, sente
com a criança em frente ao computador e pesquise o preço entre
diferentes lojas. Assim ela vai saber que um mesmo produto pode ter
diferentes preços e que podemos pagar mais barato quando
pesquisamos.
–
Comparar
itens também é algo que deve ser incentivado. Dessa forma podemos
mostrar que objetos idênticos e que cumprem a mesma função e
com a mesma qualidade, podem custar mais (ou menos) só por serem de
outra marca.
#
Eu Quero x Eu Preciso
–
Ensine
a criança a diferença entre Eu Preciso – que são todos aqueles
itens necessários a nossa vida e Eu Quero – que são as coisas que
queremos ter, mas que se não as comprarmos nossa vida segue muito
bem sem.
–
Explique
que se ela comprar tudo o que ela quer, pode ficar sem o que precisa.
#
Investimentos
–
Esse
conceito pode ser incentivado com um quarto “porquinho”, um pote
– escrito investimento – onde os pais aplicam um percentual X
sobre o valor ali depositado pela criança. (Importante que esse X
seja compatível com os rendimentos oferecidos no mercado).
–
Outro
conceito que aqui pode ser apresentado é o de liquidez, deixando
claro para a criança que ela só poderá mexer no dinheiro após
determinado período de tempo.
#
Consumo Sustentável
–
Noções
de sustentabilidade são boas não só para o bolso, mas também para
o meio ambiente. Ensinar coisas como não deixar a luz acesa ou a
tevê ligada, não dar apenas uma mordida no sanduíche ou um gole na
bebida e depois deixar de lado ou destruir os brinquedos são valores
que servirão para toda a vida e em várias áreas.
- Cabe ressaltar que aqui, para que o aprendizado seja mais efetivo, é necessário deixar a criança passar vontade. Pois de nada adianta repreender o pequeno por, por exemplo, ter deixado a comida de lado após a primeira mordida e dez minutos mais tarde comprar um novo lanche.
- Cabe ressaltar que aqui, para que o aprendizado seja mais efetivo, é necessário deixar a criança passar vontade. Pois de nada adianta repreender o pequeno por, por exemplo, ter deixado a comida de lado após a primeira mordida e dez minutos mais tarde comprar um novo lanche.
#
Semanada
–
Para
uma criança o período de um mês pode ser um tempo demasiadamente
longo, por isso é mais recomendado que elas recebam um valor
combinado por semana. E é importante manter uma regularidade no dia
de dar o dinheiro. Se vai ser numa sexta-feira, então que seja
sempre numa sexta-feira. Faz com que a criança crie uma rotina e
aprenda a se planejar melhor.
–
Outro
ponto importante é que esse dinheiro pode ser gasto do jeito que a
criança bem entender. Você pode até orientá-la sobre como fazer
um bom uso, mas não deve impedi-la.
#
Ensine pelo Exemplo
–
Sei
que você já percebeu que as crianças copiam as atitudes dos
adultos, e isso também vale para o mundo das finanças. Então de
pouco
adianta você
passar
todos esses conceitos e fazer
todo o inverso. Aquele ditado de que “uma imagem vale mais que mil
palavras” é muito certo e nesse caso você é a imagem.
Essas
são algumas dicas que contribuirão
na maneira como suas filhas e seus filhos vão lidar com o mundo das
finanças.
E
se você sabe tem mais algumas dicas, aplica outras diferentes
técnicas, compartilhe aqui conosco. Tenho certeza de que toda
informação será bem recebida e, principalmente, contribuirá para
que tenhamos um futuro melhor. Crianças mais esclarecidas se tornam
adultos mais conscientes e pessoas mais conscientes fazem melhores
escolhas e melhores escolhas geram melhores resultados.
Um
amplexo e até breve.
-
- -
Em
tempo, fica registrado aqui um agradecimento nominal a todos aqueles
que com muito boa vontade e atenção disponibilizaram um pouco de
seu tempo para conversar comigo.
Muito
obrigado
Alessandro, César, Cristiano, Débora, Dalto, Jorge, Leandro,
Marcelo, Marly, Talita, Thamara e Vanessa. A colaboração de vocês
foi muito valiosa para a elaboração desse texto. Gratidão.